‘Projeto de mineração de Bolsonaro vai virar uma confusão’, diz memória-viva do garimpo no Brasil

O minerador José Altino Machado, que está há 54 dos seus 79 anos na atividade da mineração, conta com exclusividade sobre as invasões à Terra Indígena Yanomami, em Roraima.

Foto: Romério Cunha/VPR

Mineiro de Governador Valadares, Zé Altino, como é mais conhecido, chegou a possuir uma frota de mais de 410 aviões e até hoje toca garimpos no rio Tapajós, no Pará. De fala mansa e sem papas na língua, ele conta nesta entrevista exclusiva à Amazônia Real como o Exército incentivou os garimpos no período da Ditadura Militar. Também foi apoiado em Roraima por políticos como o ex-presidente da República José Sarney e o ex-senador Romero Jucá, ambos do MDB.

O minerador goza de proximidade com o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal. Mas discorda do Projeto de Lei do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), pois em sua opinião só beneficiará as multinacionais. “Esse projeto do Bolsonaro vai virar uma confusão. Para começar, não fala de garimpagem das áreas indígenas. Fala de mineradoras, empresas multinacionais. Isso não é garimpagem”, contesta ele na entrevista abaixo.

Sobre o atual problema da atividade ilegal em terras indígenas, com escalada da violência, proximidade com o PCC (Primeiro Comando da Capital) e aumento da destruição ambiental, Zé Altino não vê muita solução. “Pode até tirar [os garimpeiros], mas daqui 6 ou 7 meses volta todo mundo”.

Por Kátia Brasil, da Amazônia Real

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