Após morte de 19 refugiados por Covid-19, Acnur amplia assistência no Brasil

Nove vítimas fatais da doença eram indígenas venezuelanos; agência da ONU para Refugiados diz que ainda se desconhece total de casos; Roraima, Pará e Amazonas estão entre os mais afetados pela pandemia; somente no Amazonas, foram registrados 94 mil casos e 3 mil mortes pela Covid-19.

© Unicef/Yareidy Perdomo – Em Embratel, na Boa Vista, crianças lavam as mãos em estação instalada com apoio da ONU

As Nações Unidas informaram que estão aumentando suas ações de apoio no Brasil para combater a Covid-19 entre refugiados e requerentes de asilo no país.

Pelo menos 19 pessoas morreram incluindo nove indígenas venezuelanos, segundo a Agência da ONU para Refugiados, Acnur.

Fato: 84.200 mortos por #COVID19 no Brasil   

A situação no país está afetando os mais vulneráveis ​​- incluindo as populações indígenas mais pobres, e outros povos originários, além de refugiados e brasileiros.

Todos foram impactados desproporcionalmente.https://t.co/a6rzgxudmS

— ACNUR, Agência da ONU para Refugiados (@ACNURBrasil) July 24, 2020

Sistema Único de Saúde

A ampliação dos esforços foi anunciada, nesta sexta-feira, pelo porta-voz da agência, Babar Baloch.

Falando a jornalistas, Baloch disse que “a situação está afetando os mais vulneráveis incluindo as populações indígenas mais pobres, e refugiados.”

O Brasil abriga mais de 345 mil refugiados e solicitantes de asilo.  Ainda não se tem dados sobre o número total de contaminados nesse grupo. Dentre as vítimas fatais estavam nove indígenas venezuelanos.

Desde o início da pandemia, o Acnur tem apoiado as autoridades brasileiras em ações de prevenção e resposta e campanhas de informação, fortalecendo o Sistema Único de Saúde, dando assistência em dinheiro e distribuindo kits de higiene.

Risco de contaminação

A agência da ONU já atua no norte do Brasil, nos estados do Amazonas, Roraima e Pará, com refugiados que vivem nas ruas ou em abrigos, muitos superlotados. Com a chegada da pandemia, a situação ficou ainda mais difícil nos abrigos por causa do alto risco de contaminação.

O estado do Amazonas é uma das regiões mais afetadas. São mais de 94 mil casos confirmados e 3 mil mortes pelo coronavírus. O Acnur, autoridades locais e entidades parceiras já ajudaram a realocar mais de 170 refugiados indígenas da Venezuela.

Desde março, o Acnur está atuando num hospital de campanha em Boa Vista, capital de Roraima. O local pode isolar até 1.782 pacientes. A unidade também conta com 65 profissionais de saúde venezuelanos.

A promoção da higiene também foi ampliada em abrigos temporários, com a instalação de estações de lavagem de mãos e distribuição de sabão.   Com o aumento do desemprego e as consequências socioeconômicas da pandemia, o Acnur aumentou a assistência financeira aos mais carentes incluindo mães solteiras, pessoas ameaçadas de despejo, sobreviventes de violência, e com problemas graves de saúde.

Inverno

Até junho deste ano, a agência distribuiu US$ 325 mil a mais de 3,1 mil refugiados e solicitantes de refúgio.

Devido aos recursos limitados, só é possível prestar assistência financeira a 24% da população carente.

O início do inverno também está agravando a situação dos deslocados.

Cerca de 15 mil refugiados já receberam colchões, kits de limpeza e higiene, redes mosqueteiras por causa dos altos índices de casos de malária e outras doenças, baldes, lâmpadas solares e outros itens.

Entre os beneficiários estão cerca de 2,3 mil venezuelanos indígenas, o número equivale à quase metade dos indígenas da Venezuela que vivem no Brasil.

Além disso, mais de uma tonelada de roupas de inverno foram distribuídas com a ajuda de parceiros nos estados do centro e sul do país.

PUBLICADO EM      ONU NAÇÕES UNIDAS   

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