População indígena recebe assistência durante a pandemia de coronavírus

Ministério da Saúde investiu cerca de R$ 70 milhões em ações específicas de proteção aos indígenas para enfrentamento da COVID-19. Mais de 600 mil equipamentos e insumos foram enviados aos 34 DSEIs do país.

Ministério da Saúde

O governo do Brasil tem garantido assistência aos mais de 750 mil indígenas brasileiros aldeados durante a pandemia da COVID-19. O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), reforçou o atendimento desde o começo do ano, antes mesmo do decreto de pandemia feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Dessa forma, foram realizadas ações de informação, prevenção e combate ao coronavírus, orientando comunidades indígenas, gestores e colaboradores em todo o Brasil. O Brasil conta com mais de 5,8 mil aldeais espalhadas pelo país de 305 etnias.

“Mesmo antes da decretação de pandemia, nós da SESAI já estávamos atuando por reconhecer a fragilidade, a história e o perfil epidemiológico dos povos indígenas. Nós temos unido grandes esforços junto aos estados e municípios para atuar de forma coordenada, ampliando as ações de saúde no país, com o único objetivo de salvar vidas neste momento”, reforçou o secretário Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Robson Santos da Silva. Ele reforçou que a SESAI conta hoje com 14,2 mil profissionais integrando 800 Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena.

Até o momento, mais de 600 mil Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), insumos em saúde e medicamentos foram enviados aos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). São 372,7 mil máscaras cirúrgicas e N95, 166,7 mil luvas, 13,4 mil aventais, 16,6 mil toucas, 6 mil frascos de álcool em gel e também mais de 29 mil testes rápidos que garantem a testagem de todos os profissionais que vão entrar nas terras indígenas para atender a população. Para que a entrega fosse possível, o Ministério da Saúde já investiu cerca de R$ 70 milhões em ações específicas para o enfrentamento da COVID-19, incluindo-se compras realizadas por cada um dos 34 DSEI.

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O Ministério da Saúde atualiza diariamente o boletim com os dados de indígenas atendidos pelo Subsistema de Atenção à Saúde Indígena por DSEI. Até esta segunda-feira (8), o Ministério da Saúde registrou 2.085 casos de COVID-19 entre os indígenas, 82 mortes e 816 mil curas pela doença. Dos casos confirmados, a média de idade é de 41 anos. E dos óbitos, a maior parte estava na entre 60 e 79 anos. Em todo o Brasil, 8,5% (500) das aldeias registraram casos de COVID-19. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena é organizado por 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI).

ESTRATÉGIAS PARA O ENFRENTAMENTO DA COVID-19

Ao longo do período da pandemia, o Ministério da Saúde tem desenvolvido estratégias para aprimorar o atendimento e uma das mais recentes é a criação da Unidade de Atenção Primária Indígena (UAPI). As unidades vão fortalecer os serviços de atenção primária à saúde indígena no atendimento desta população proporcionando o acolhimento dos casos suspeitos de Síndrome Gripal (SG) e identificação precoce de casos de COVID-19.

Recentemente, foram instaladas alas indígenas em hospitais de Manaus (AM) e Macapá (AP), além de outras que estão em andamento, como em outros municípios amazonenses (Atalaia do Norte, Benjamim Constant, Santo Antônio do Iça), Pará (Belém, Marabá, Santarém), Mato Grosso (Colíder, Cuiabá, Araguaia, Sinop, Barra do Garças), Mato Grosso do Sul (Dourados) e Roraima (Boa Vista – Op. Acolhida).

O Ministério da Saúde realizou, ainda, missões conjuntas com Ministério da Defesa para envio de equipamentos, insumos e apoio de pessoal para Hospitais Militares que atendem também a população civil no Amazonas (São Gabriel da Cachoeira, Tabatinga e Atalaia do Norte/Vale do Javari).

Também foi elaborado um Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo coronavírus em Povos Indígenas que detalha como as equipes de saúde devem agir conforme cada caso. Os DSEIs também elaboraram seus respectivos Planos de Contingência Distritais para as diferentes situações de enfrentamento da COVID-19, respeitando as características de cada povo e suas necessidades específicas. Todo esse planejamento e estudo antecipado resultam em atendimentos rápidos e eficientes executados diretamente nas aldeias.

PREPARO DAS EQUIPES E COMUNIDADES

A SESAI também capacitou os indígenas e seus profissionais, desde o começo da pandemia. Foram disponibilizados, no site do Ministério da Saúde, uma série de vídeos educativos direcionados para a população indígena, agentes indígenas de saúde, agentes indígenas de saneamento e outros trabalhadores da saúde sobre enfrentamento da COVID-19. Os profissionais da Saúde Indígena participaram também de cursos on-line ofertados pela pasta voltados à prevenção da doença. Atualmente, a SESAI produz vídeos institucionais semanalmente sobre as ações realizadas na pandemia de COVID-19 e os DSEIs produzem materiais educativos na língua de cada povo. São mais de 274 línguas nativas.

Em todos os casos, as equipes dos DSEI têm agido dentro do previsto no planejamento e realizado o isolamento de infectados, casos suspeitos e a transferência para a rede pública estadual e municipal dos pacientes que necessitem de suporte especializado em hospitais. Para isso, a SESAI emprega uma grande frota de veículos, embarcações e aeronaves para levar os indígenas em segurança até as cidades mais próximas que ofereçam o atendimento necessário.

Para oferecer atendimento rápido em situações de emergência, a Secretaria autorizou a contratação de 34 equipes de resposta rápida para atuar em cada DSEI. As equipes compostas por médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem ficam disponíveis 24 horas para partir para o território indígena que apresentar, eventualmente, um aumento de casos repentino, reforçando assim o trabalho das equipes multidisciplinares de saúde indígena que já se encontram atuando normalmente nas aldeias.

Acompanhar de perto tudo o que está sendo feito e como está sendo feito, corrigindo rumos em curto prazo é fundamental em tempos de pandemia. Os Comitês de Crise Nacional e Distritais foram criados exatamente para isso e também para permitir a participação de todos nesse acompanhamento. Participam dos comitês, gestores, usuários e colaboradores da saúde indígena.

ESTRUTURA DA SAÚDE INDÍGENA

Atualmente, a SESAI possui 14.200 profissionais integrando 800 Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena. Sua estrutura possui 367 Polos Bases; 67 Casa de Saúde Indígena (CASAI); 1.199 Unidades Básica de Saúde Indígena (UBSI); 14.200 profissionais integrando 800 Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena em um território de 950.122 km² de área de abrangência dos DSEIs.

O Subsistema de Saúde Indígena tem como base os Distritos Sanitários Especiais Indígenas cujas delimitações geográficas contemplam aspectos demográficos e etnoculturais, estando sob responsabilidade do gestor federal. A estrutura do DSEI é composta pelos Postos de Saúde situados dentro das aldeias indígenas. Essas unidades devem contar com uma rede interiorizada de serviços de atenção básica organizada de forma hierarquizada e articulada com a rede de serviços do Sistema Único de Saúde para garantir a assistência de média e alta complexidade. O SUS serve de retaguarda e referência ao Subsistema de Atenção à Saúde Indígena.

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Por Tinna Oliveira, da Agência Saúde
Atendimento à imprensa
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