Militares profissionais de saúde prestam atendimento a comunidades indígenas no extremo Norte do Brasil

Neste sábado (6), integrantes de operação interministerial, envolvendo os Ministérios da Defesa e da Saúde, partiu de Brasília com equipe de saúde multidisciplinar do Hospital das Forças Armadas (HFA).

Foto postada em: Ministério da Defesa

Brasília (DF), 06/06/2020 – Neste sábado (6), integrantes de operação interministerial, envolvendo os Ministérios da Defesa e da Saúde, partiu de Brasília com equipe de saúde multidisciplinar do Hospital das Forças Armadas (HFA). Os profissionais do Exército têm como destino o extremo norte do Brasil, onde vão prestar atendimento às comunidades indígenas próximas ao município de São Gabriel da Cachoeira, localizado à noroeste do Estado do Amazonas, região conhecida como Cabeça do Cachorro.

Na aeronave militar KC-390, de fabricação nacional, maior cargueiro utilizado pela Força Aérea Brasileira, também foram embarcadas mais de duas toneladas de equipamentos de proteção individual, medicamentos e testes para detectar as doenças Covid-19 e malária.

Essa é mais uma ação para fortalecer o atendimento de saúde na Amazônia brasileira e, principalmente, reforçar a atenção à população indígena da fronteira no enfrentamento ao novo coronavírus. A missão é realizada com o suporte logístico do Ministério da Defesa, mediante o emprego da Força Aérea e do Exército Brasileiro.

A Ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, acompanhou o embarque da missão, juntamente com o Secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto do Ministério da Defesa, General Manoel Luiz Narvaz Pafiadache, o Secretário Especial de Saúde Indígena, Robson Santos da Silva, o Chefe de Logística e Mobilização, Tenente-Brigadeiro do Ar João Tadeu Fiorentini, e o Comandante Logístico do Hospital das Forças Armadas, General Rui Yutaka Matsuda. Na ocasião, a Ministra ressaltou a importância da ação e lembrou que está atuando em conjunto com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI).

“Compramos 320 mil cestas básicas de alimentação e, em São Gabriel da Cachoeira, as cestas já chegaram para as comunidades indígenas, permitindo que os índios permaneçam confortáveis em suas aldeias nesse período de pandemia, com comida, sem precisarem se expor. Eles também têm acesso ao benefício do bolsa família e ao auxílio emergencial. Eles estão tendo a garantia alimentar neste momento crítico”, assegurou Damares.

Na oportunidade, a Ministra também elogiou a ação interministerial, por meio da qual o Governo Federal cuida dos povos indígenas, garantindo alimentação e saúde. Ela destacou o trabalho das Forças Armadas no enfrentamento à Covid-19, enfatizando a importância da solidariedade nesse momento.

“Nossos heróis anônimos, bravos médicos, profissionais da saúde, que saíram das suas casas para doar suas vidas, além da sua obrigação profissional, estão indo com o coração. Vão ficar dias em áreas isoladas, cuidando dos nossos índios. Além do dinheiro público, está indo a entrega, a solidariedade, a dedicação. É dessa forma que o Brasil cuida dos povos isolados, dos nossos índios”, completou a Ministra.

Na capital amazonense, profissionais de saúde do Hospital Militar de Área de Manaus (HMAM) e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) vão se juntar à equipe, enquanto serão desembarcados insumos de saúde que reforçarão os estoques do Hospital de Guarnição de Tabatinga (HGuT), contribuindo para os cuidados dedicados aos habitantes da região.

De Manaus, a aeronave seguirá para São Gabriel da Cachoeira, no mesmo Estado, onde será desembarcado o material destinado ao Hospital de Guarnição do município (HGuSGC). Os Hospitais Militares de Tabatinga e de São Gabriel da Cachoeira atendem, além dos integrantes das Forças Armadas, a população dos municípios, incluindo várias etnias indígenas.

Na sequência, a partir de São Gabriel da Cachoeira, a missão prosseguirá, ao longo da semana, rumo aos Pelotões Especiais de Fronteira (PEF) de Maturacá, Yaurete, Querari e São Joaquim, localizados na fronteira com a Venezuela e a Colômbia. Nessas comunidades vivem cerca de 4 mil indígenas das etnias Yanomami, Tukano, Kubeo e Kuripaco.

Nos Pelotões, em meio a maior floresta tropical do mundo, a equipe de saúde do HFA, integrada por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e farmacêuticos, juntamente com o reforço oriundo de Manaus, proverá o atendimento de saúde às populações.

A Major Rosângela de Sousa Martins é uma das profissionais que saíram da capital federal rumo à Amazônia. Antes do embarque, a enfermeira do HFA fez questão de ressaltar que toda a equipe que integra a missão, para prestar atendimento de saúde às várias aldeias indígenas, é voluntária. “Entendemos a necessidade desse apoio enquanto Exército Brasileiro, enquanto Estado, nessas regiões. Estamos imbuídos na missão de prestar socorro e oferecer recursos a essas comunidades”, enfatizou.

O Estado Brasileiro provê o suporte necessário à vida da comunidade local por meio dos PEF, os quais possuem efetivo de cerca de 50 pessoas, entre militares e familiares, que moram e trabalham no interior da selva amazônica. Dessa forma, as comunidades indígenas que vivem próximas a esses pelotões contam com esse apoio, principalmente de saúde, já que, em muitas localidades afastadas e de difícil acesso, a presença militar é o único apoio a essas populações.

“O reforço das Forças Armadas na missão de levar saúde aos brasileiros, nas localidades mais distantes do Brasil, nos fortalece e dá ânimo novo às equipes multidisciplinares de saúde indígena, que têm feito um trabalho admirável desde sempre, mas especialmente agora, durante essa pandemia”, destacou o Secretário Especial de Saúde Indígena, Robson Santos da Silva.

Para o Secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto do Ministério da Defesa, General Manoel Luiz Narvaz Pafiadache, essa é uma grande operação para apoiar a comunidade indígena da Cabeça do Cachorro. “É o Ministério da Defesa, com planejamento e com meios, atuando em prol de comunidades que precisam do nosso amparo”, reforçou.

Operação COVID-19

O Ministério da Defesa ativou, em 20 de março, o Centro de Operações Conjuntas, para atuar na coordenação e no planejamento do emprego das Forças Armadas no combate à COVID-19. Nesse contexto, foram ativados dez Comandos Conjuntos, que cobrem todo o território nacional, além do Comando Aeroespacial (COMAE), de funcionamento permanente. A iniciativa integra o esforço do governo federal no enfrentamento à pandemia que recebeu o nome de Operação COVID-19.

As demandas recebidas pelo Ministério da Defesa, de apoio a órgãos estaduais, municipais e outros, são analisadas e direcionadas aos Comandos Conjuntos para avaliarem a possibilidade de atendimento. De acordo com a complexidade da solicitação, tais demandas poderão ser encaminhadas ao Gabinete de Crise, que determinará a melhor forma de atendimento.

Por Maristella Marszalek
Fotos: Guilherme Mello – SESAI – Para acessar fotos da Operação COVID-19, visite o Flickr da Operação.

Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
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