Ministério da Saúde inaugura primeira ala hospitalar para indígenas no Amazonas

O serviço contará com 53 leitos, sendo 33 clínicos, 15 de UTI e 5 leitos de cuidado intermediário. A ala será destinada aos pacientes indígenas com COVID-19

Foto: Divulgação / ASCOM MS

O Governo do Brasil em parceria com o estado do Amazonas inaugurou, nesta terça-feira (26), uma ala hospitalar destinada à indígenas com COVID-19. Trata-se de uma iniciativa inédita no país que viabilizará cuidados adequados para as comunidades indígenas do Amazonas. A estrutura foi instalada no Hospital Nilton Lins, em Manaus (AM). A inauguração contou com a presença do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, o Governador do estado do Amazonas, Wilson Lima e o secretário Especial da Saúde Indígena, Robson Santos da Silva.

A nova ala tem 53 leitos, sendo 33 leitos clínicos, 15 Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) e 5 Unidades de Cuidados Intermediários (UCI), com possibilidade de expansão. O Hospital Nilton Lins foi inaugurado em 18 de abril com 95 leitos para tratamentos de pacientes com COVID-19.

“Essa ação é o resultado de um trabalho em equipe. É o primeiro serviço voltado à população indígena com COVID-19. Tenho certeza que esta iniciativa será um marco na nossa virada no combate à COVID-19. O hospital está preparado para receber pacientes indígenas com espaço adequado e capacidade de atendimento, sempre respeitando a cultura dos povos indígenas”, reforçou o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello.

O secretário da SESAI, Robson Santos da Silva, destacou que a iniciativa é fruto de ação integrada entre Governo Federal, estado do Amazonas e prefeitura de Manaus. “Nós unimos esforços com o objetivo exclusivo de salvar vidas durante esta pandemia. Até o momento, já temos notícias de mais de 300 indígenas recuperados da COVID-19 e com este novo serviço será possível salvar muito mais”, afirmou o secretário.

Robson também alertou para que a população não busque diretamente o serviço hospitalar. “É muito importante que a pessoa com sintomas da COVID-19 procure antes um serviço de portas abertas como postos de saúde ou Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e, caso seja necessário, esses serviços farão o encaminhamento do paciente ao hospital”, esclareceu o secretário, que também reforçou que o Ministério da Saúde, por meio da SESAI, está buscando apoiar da melhor forma os estados e municípios na assistência à população indígena.

A nova ala do Hospital Nilton Lins também terá posto de enfermagem, área de higienização, banheiros, recepção e área administrativa. Um espaço de espiritualização será destinado aos pajés – líderes espirituais dos povos indígenas – e outra área será destinada para armação de redes nas enfermarias clínicas, respeitando a cultura de cada etnia.

As transferências para o hospital serão realizadas por meio da Central de Regulação do Amazonas. Os pacientes que necessitarem de remoção serão incluídos em uma fila composta apenas por indígenas e serão encaminhados com base na avaliação clínica de médicos e enfermeiros da Central.

REFORÇO NO AMAZONAS

O Governo Federal já enviou mais de R$ 213 milhões ao estado do Amazonas para o enfrentamento da COVID-19. Sendo R$ 78 milhões para o Fundo Estadual de Saúde, R$ 2,6 milhões para o Hospital Getúlio Vargas e R$ 132,4 milhões para os municípios. Também já foram entregues mais de 1,5 milhão de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), 232 mil testes para COVID-19, 176 mil testes rápidos, 110 respiradores, 1,3 milhão de vacinas contra gripe e 438 mil caixas de medicamentos. O Amazonas é o estado brasileiro com o maior número de indígenas. De acordo com o IBGE, o estado possui cerca de 183 mil indígenas. Desses, 70% vivem em aldeias.

O Ministério da Saúde, por meio da SESAI, entregou, em 17 e 18 de maio, duas toneladas de equipamentos para os Hospitais de Guarnição dos municípios de Tabatinga e São Gabriel da Cachoeira (AM) para reforço no combate à COVID-19. Foram entregues respiradores desfibriladores, insumos, medicamentos e EPIs.

O Ministério da Defesa também deslocou, temporariamente, onze profissionais de saúde do Hospital Militar de Área de Brasília para reforçar o atendimento à população no Hospital de São Gabriel da Cachoeira (AM). São duas médicas, uma fisioterapeuta, duas enfermeiras e seis técnicas de enfermagem.

AÇÕES PARA COMBATE À COVID-19 NA POPULAÇÃO INDÍGENA

Desde janeiro deste ano o Ministério da Saúde vem implementando diversas ações de informação, prevenção e combate ao Coronavírus (COVID-19) para orientar as comunidades indígenas, gestores e colaboradores em todo o Brasil. Com a atual expectativa do crescimento de infecções pelo COVID-19 no Brasil, os esforços do Ministério da Saúde, por meio da SESAI, juntamente com os 34 Distritos Sanitários Especiais (DSEI), têm se redobrado para garantir a saúde dos povos indígenas.

A detecção e correção de possíveis problemas e a realização de novas ações, baseadas nos protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde para o combate ao Coronavírus, respeitando as especificidades dos povos indígenas, têm sido frequentes. O Governo Federal permanece trabalhando para atender aos mais de 800 mil indígenas aldeados e presentes em todo o país.

Para isso, vem orientando atenção máxima às equipes multidisciplinares de saúde indígena e demais profissionais que atuam para o cumprimento do Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo novo Coronavírus em povos indígenas

Por Nicole Beraldo e Nucom SESAI
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