André Baniwa: “Sem organização, não há como acessar políticas públicas”

A ardida pimenta em pó dos Baniwa chegou em janeiro de 2020 às prateleiras de uma importante rede de supermercados em São Paulo, carregando diversos símbolos da resistência indígena dessa etnia. Com população de mais de 6 mil pessoas, os Baniwa vivem em 83 aldeias na região do Alto Rio Negro, na fronteira do Brasil com a Venezuela e a Colômbia e, também, nas cidades de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel e Barcelos, no Amazonas.

Com ajuda de André Baniwa e do Instituto Socioambiental, as mulheres do povo Baniwa puderam levar sua pimenta tradicional aos supermercados. Foto: ISA

Por trás dessa iniciativa está André Baniwa, uma das principais lideranças no Alto Rio Negro. Junto com o Instituto Socioambiental (ISA), ele ajudou a desenvolver a Pimenta Jiquitaia Baniwa para o mercado a partir da demanda das mulheres indígenas, que queriam uma fonte de geração de renda independente dos homens. A experiência da produção está registrada em livro produzido pelo ISA em parceria com as associações indígenas locais.

Para André, que há pelo menos 25 anos atua em temas como mobilização, acesso a políticas públicas e associativismo no território Baniwa, além de alimento e fonte de renda, a pimenta é o maior exemplo do conceito de interculturalidade, em que a cultura indígena tradicional foi associada ao conhecimento não-indígena para chegar às mesas.

Em seu livro Bem Viver e Viver Bem Segundo o Povo Baniwa no Noroeste Amazônico Brasileiro, publicado pela Editora UFPR em 2019, ele explica que “a interculturalidade é coisa do ser humano, é coisa do ser vivente. A aprendizagem de outras culturas e tradições sempre acontece e se processa a partir da própria perspectiva de incorporar outros conhecimentos, sem perder seus próprios sistemas, suas originalidades”.

André Baniwa tem forte atuação como liderança junto à Organização Indígena da Bacia do Içana (Oibi), uma das 90 associações de base ligada à Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), a principal estrutura de organização, que abrange 750 aldeias, de 23 povos indígenas, distribuídas na calha do Rio Negro e de alguns de seus afluentes. Em quase 30 anos de atividade, André foi também vice-prefeito de São Gabriel da Cachoeira, assessor da Funai e auxiliar técnico de desenvolvimento e pesquisa socioambiental no ISA.

A entrevista, concedida em Manaus, onde mora atualmente, traz um olhar sobre como vivem os povos indígenas dessa região e suas estratégias de resistência.

ENTREVISTA COMPLETA DISPONÍVEL EM: Mongabay 

por em 23 Março 2020 |

FONTE: MONGABAY

VER MAIS EM: 

https://brasil.mongabay.com/2020/03/andre-baniwa-sem-organizacao-nao-ha-como-acessar-politicas-publicas/   

https://amazonia.org.br/2020/03/andre-baniwa-sem-organizacao-nao-ha-como-acessar-politicas-publicas/

 

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