Ministério da Saúde avalia manter estoques de soro antiveneno em territórios indígenas

Projeto piloto pretende descentralizar estoques de soro a locais estratégicos dentro dos territórios indígenas, desde que possuam estrutura adequada para armazenamento

Nesta semana, representantes do Ministério da Saúde participam de reunião de trabalho sobre um projeto piloto que pretende manter estoques de soro antiveneno nos sete Distritos Sanitários Especiais Indígenas que abrangem o território do estado do Amazonas. Esse soros são usados em caso de acidentes com animais peçonhentos, como serpentes, aranhas e escorpiões. O encontro acontece entre 17 e 19 de fevereiro, em Manaus-AM, na sede da Fundação de Medicina Tropical (FMT) e é organizado pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), em parceria com a Secretária de Estado da Saúde do Amazonas (SUSAM).

De acordo com André Martins, Coordenador de Gestão da Atenção à Saúde Indígena da SESAI, a implantação da descentralização de soro antiofídico para locais estratégicos nos territórios indígenas, que possuem estrutura de rede de frios, é uma estratégia importante para a saúde indígena, pois proporciona atendimento clínico, diagnóstico e tratamento de forma oportuna aos pacientes indígenas, diminuindo, por consequência, as remoções para unidades de referência do Sistema Único de Saúde (SUS) nos municípios.

“A implantação dessa iniciativa irá contribuir para reduzir a mortalidade na população indígena, bem com a possibilidade de sequelas ocasionadas pelos acidentes ofídicos”, destaca o Secretário Especial de Saúde Indígena, Robson Santos da Silva.

No período de 2015 a 2019 foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) 514 acidentes por animais peçonhentos na população indígena atendida pelos DSEIs.

Também participam dessa reunião representantes da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Coordenadores Distritais de Saúde Indígena dos DSEI do Amazonas, equipe técnica das Divisões de Atenção à Saúde Indígena (DIASI), médicos e enfermeiros dos DSEIs, equipe técnica da Coordenação-Geral de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial – CGZV/DEIDT/FVS, técnicos da FVS, da FMT e SUSAM.

O projeto descentralização de soro antiveneno aos DSEIs teve início em junho de 2019, a partir de solicitações oficiais encaminhadas pelos DSEIs do estado à FVS-AM. Em outubro de 2019 foram realizadas capacitações para médicos e enfermeiros e definição de critérios para seleção dos pontos estratégicos de soroterapia. Nessa reunião de fevereiro está se discutindo a validação dos pontos estratégicos e o planejamento para implantação.

Os próximos passos serão a qualificação dos profissionais médicos e enfermeiros, em duas turmas, com carga horária de 40 horas, prevista para maio e junho deste ano e o recebimento dos soros pelos DSEIs, previsto para agosto desse ano.

Por Murilo Caldas, do NUCOM/SESAI – Ministério da Saúde avalia manter estoques de soro antiveneno em territórios indígenas — Ministério da Saúde (www.gov.br)