Selo Vegano é lançado na Feira de Negócios do Açaí

Tecnologias novas, genéticas de veganos e talk show serão as atrações da BioTec – Amazônia no evento.

A construção e a implantação de um Selo Vegano na Amazônia será tema de uma palestra da Organização Social BioTec-Amazônia durante a Feira de Negócios do Açaí, que acontece nos dias 21, 22 e 23 de novembro, no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. A BioTec participa também com um estande onde terá um espaço para talk show, apresentações de projetos, novas tecnologias de irrigação do açaí, biodigestor e, também, uma cerimônia de lançamento do Selo Vegano da Amazônia.

“Cada um de nós tem uma assinatura diferente. Então, quando você faz um teste de paternidade para humano, você consegue descriminar que aquele indivíduo é filho de uma pessoa com certeza de 99,99%. Aquela probabilidade não se repete em nenhuma outra pessoa no mundo inteiro. Ou seja, não vai ter ninguém que tenha aquela mesma assinatura. É como se fosse um código de barras de um produto”. É assim que Artur Silva, Diretor Técnico Cientifico da BioTec-Amazônia e doutor em Genética e Biologia Molecular, explica a função de uma assinatura genética. Ele será responsável pela palestra que acontece no próximo dia 21 de novembro, dentro da programação da Feira de Negócios do Açaí.

Esse registro é capaz de definir a assinatura genética nos seres humanos e nos animais. “No caso de veganos, nós temos a mesma coisa. A gente vai ter uma assinatura genética, que é um código genético, como se fosse um código de barra, e que a gente detecta que aquilo, por exemplo, tem um DNA de uma ave, que é o DNA de uma galinha, de um peru, de um búfalo, de uma vaca. Então, esses animais tem uma assinatura genética que diferencia, por exemplo, o DNA de um cavalo, de um boi, é diferente”.

É, pensando nisso, que a BioTec propõe um Selo Vegano, para fazer uma detecção de uma assinatura genética que caracteriza de onde aquele produto veio, se houve contaminação. “Vamos supor, ao comprar uma linguiça vegana, essa linguiça vai ter milho, soja, esses componentes? Quando tu compras um vegano, tu não queres que tenha mistura de carne de porco, que tenha contaminação. Então, a gente pega isso e verifica se existe DNA desses outros animais, dentro daquele material”.

O que a BioTec-Amazônia aposta é em um selo com certificação, se pode ter ou não contaminação. A norma estabelecida é a da comunidade europeia, que possui padrão escolhido e adotado pela BioTec. O Brasil ainda não tem legislação específica. “Então, o que existe é a Sociedade Brasileira de Vegetarianos e ela dá esse selo, mas não baseado nesses procedimentos e normas da comunidade europeia”, destaca o diretor.

Para saber mais desse selo, as empresas e empresários devem entrar em contato com a BioTec-Amazônia para conhecer mais do selo e quais medidas devem ser tomadas. “Isso é um caso de custódia, e isso significa dizer que a pessoa que coletou se responsabiliza por fornecer um material correto, para que não aja, por exemplo, falsificação e a partir dai a gente analisa para atestar se existe ou não”. Esse processo da custódia para estar assegurado que não vai ter falsificação, é feito pelo produtor. Artur também explica que a certificação não é dada para a marca, e sim para o produto.” O que a BioTec atesta é aquele produto, nos padrões tais, e se existe contaminação, ou quando está livre de contaminação é por estar dentro dos padrões europeus. Então se pode usar o selo vegano na sua embalagem e no seu produto”.

Sistema Agroflorestal (SAF) – A Organização Social BioTec-Amazônia apresenta, na Feira de Negócios do Açaí, um sistema produtivo agrícola que aproveita o potencial natural da Amazônia, e neste sistema as árvores de grande porte são consorciadas com culturas agrícolas, como o plantio de açaí. Para isso, apresenta o sistema em uma maquete para os visitantes da feira terem a possibilidade de vislumbrar essa solução de forma pedagógica.

Lauro Itó, engenheiro agrônomo com doutorado no Japão, é professor da Universidade Federal Rural da Amazônia E o responsável pela idealização da maquete. Itó explica que de um modo geral, esse é um sistema produtivo e tem um aspecto muito importante que é a exploração da floresta em pé. “Simplificando a ideia é plantar um bosque de forma racional”, definiu.

A maquete foi pensada de forma que representa 3 espécies frutíferas, sendo que no primeiro estrato, árvores de grande porte como a Castanha do Pará são plantadas em espaçamentos adequados ao seu desenvolvimento vegetativo, cujo porte pode atingir 30 metros de altura, e que leva em torno de 8 anos para começar a produzir. “Na parte inferior das castanheiras, considerado como um sub-bosque, podemos entrar com outras culturas, aí está o detalhe que interesse ao público de um modo geral que vai estar circulando na feira, que é plantar açaí nessas entrelinhas, dessa forma aproveitando a área disponível e propiciando uma renda mais rápida aos agricultores, uma vez que o açaí pode ser colhido com aproximadamente 4 anos.

Também dentro do arranjo produtivo demonstrado pela  maquete, ao lado das  linhas de açaí, será possível verificar a disposição de outras espécies frutíferas. “No caso nós estamos representando o cacau. Acoplado a esse sistema de bosque implantado nós estamos representando também uma área de psicultura – que é o cultivo de peixe. Essa água do sistema de cultivo, nutricionalmente mais rica, você pode pegar para fazer a irrigação dentro do sistema do SAF, ou seja, por exemplo, o açaizal. Essa técnica é o que a gente chama de fertirrigação”.

Professor Lauro explica que para chegar ao produtor esse sistema, em áreas degradadas e muito comuns na nossa região, é possível a partir da ajuda do grupo técnico da Organização Social BioTec-Amazônia, bem como com os parceiros institucionais, entre eles universidades locais, centro de pesquisas, secretárias, etc. “Nós temos a possibilidade de incentivar os produtores, de mostrar o caminho, dar esse apoio que eles precisam. Esse auxílio técnico de que cultura eles precisam, pois esse molde pode variar bastante. Se a região não for propícia ao açaí, por conta da razão do microclima e solo, a gente substitui por outras culturas”.

Feira de Negócios – Nos dias 21, 22 e 23 de novembro de 2019 o IBRA – Instituto Brasileiro do Açaí, a FAMEP – Federação das Associações de Municípios do Estado do Pará e o Governo do Estado do Pará realizarão a Feira de Negócios do Açaí, o maior evento da cadeia produtiva do Açaí e suas cadeias associadas (Mandioca, Peixe e Resíduos Sólidos) do Brasil.

Será uma grande feira de negócios, na qual se encontrarão todos os atores da cadeia e sub-cadeia produtiva do Açaí, para realização de negócios, trocas de conhecimentos, seminários, palestras e mini cursos. A iniciativa visa incentivar e oportunizar condições favoráveis à aquisição de conhecimento, iniciação e/ou realização de bons negócios de fundamental importância para o setor produtivo.

Teremos durante todo o evento apresentações Culturais, Seminários, Minicursos, Apresentações de Tecnologias, Clientes e Fornecedores, Indústrias e Produtores, Entidades do Primeiro, Segundo e Terceiro Setor, Investidores, Programas Projetos, interagindo para Desenvolvimento da Cadeia Produtiva, além da presença dos ribeirinhos, Cooperativas e Associações de Produtores de açaí e de todo o povo que movimenta a economia da região Norte do Brasil.

FONTE:  BioTec – Amazônia

 

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