Museu Goeldi em amplo calendário pela popularização da ciência

A instituição integra a 16ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, em Brasília, de 21 a 27 deste mês. E, acompanhando a agenda, promove mais uma edição do Museu Portas Abertas, em Belém, e a 11ª Olimpíadas de Ciências da Floresta Nacional de Caxiuanã, no Marajó. Participa ainda do seminário do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia (PPG-Bionorte) e da 10ª Feira Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, ambos na capital paraense.

O Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) se integra à 16ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) expondo uma síntese de seus estudos em ciências Humanas, Naturais e da Terra. Promovido pelo Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), de 21 a 27 de outubro, no Pavilhão do Parque da Cidade, em Brasília, o evento adota como tema a “Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável”. Como parte deste calendário, a instituição promove mais uma edição do Museu Goeldi de Portas Abertas, a 11ª Olimpíadas de Ciências da Floresta Nacional de Caxiuanã e o seminário do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia (PPG-Bionorte), além de participar da 10ª Feira Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Por meio de grandes painéis ilustrados, em seu stand de 50 m², o MPEG apresenta aos visitantes conhecimentos produzidos sobre ambientes naturais, seus produtos, usuários e processos de conservação e manejo. Monitor do Serviço de Educação, o biólogo Luiz Videira conduze jogos educativos e interativos sobre a Amazônia, como a pescaria, onde o público poderá “capturar” informações sobre espécies de grande apelo comercial, e o jogo de tabuleiro sobre as palmeiras, com experimentação de óleos e aromas de essências.

Estarão em destaque resultados de pesquisas no âmbito da pesca, palmeiras, madeiras e bioprospecção na região de maior biodiversidade do planeta e de riqueza social imensurável. Do corpo científico da instituição, estarão a diretora, a bióloga Ana Luisa Albernaz, Daiane Aviz, Ely Simone, Marlia Coelho-Ferreira e Regina Oliveira.

Na Amazônia, ocorrem 41 gêneros e 290 espécies de palmeiras, sendo Euterpe, Mauritia, Elaeis, Bactris, Astrocaryum, Oenocarpus, Jessenia e Attalea as que mais se destacam pela importância regional, nacional e internacional, principalmente no agronegócio de frutos, palmito e óleo comestível. Mais recentemente, as palmeiras têm se mostrado uma alternativa para a produção de biodiesel, mas elas já são comumente utilizadas na alimentação, na construção de casas, na ornamentação, na produção de artesanatos e remédios.

Já a pesca comercial, em suas modalidades industrial e artesanal, movimenta anualmente entre 100 e 200 milhões de dólares, estimulando a integração da gastronomia amazônica com o turismo, a manutenção da identidade cultural e a renda para a população local.

Com sensibilidade, pesquisadores e parceiros do Museu Goeldi unem conhecimento tradicional e ciência no esforço por identificar novos princípios ativos da biodiversidade. A Montrichardia linifera, conhecida como aninga, é uma macrófita aquática comum nas margens de rios e igarapés amazônicos. Ribeirinhos costumam utilizar todas as partes desta planta na medicina tradicional para diversos fins, evidenciando propriedades de ação analgésica e cicatrizante. Alguns estudos recentes já indicam que extratos de aninga apresentam atividade carrapaticida e resultados promissores anticâncer, sendo testados contra células de melanoma (câncer de pele) e de glioma (câncer do cérebro). O Museu Goeldi tem dois depósitos de pedido de patente. Um deles é relativo ao processo de extração do princípio ativo poliprenóis naturais concentrado, a partir da Montrichardia linifera. Outro se trata de composto contendo extratos, frações e óleos essenciais de espécies do gênero Montrichardia e seu uso como larvicida e repelente.

A participação do Museu Goeldi na capital federal leva em conta ainda que a Amazônia é o principal bioma produtor de madeiras nativas. Cerca de 85% da madeira produzida no país é originária de florestas plantadas e a atividade rende, aproximadamente, 2 bilhões por ano, gerando, em média, 40 mil empregos. Tem alta diversidade de espécies e grande imprevisibilidade nos seus padrões de distribuição. Só uma pequena proporção das árvores (menos de 1 em 100) tem alto valor madeireiro. Os ciclos de corte que permitem a sustentabilidade da extração ainda são pouco conhecidos, reforçando a importância da manutenção das pesquisas para o setor.

Seminário – Como parte do calendário nacional, o Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia (PPG-Bionorte), um dos sete do Museu Goeldi, realiza um dia de rico debate no Campus de Pesquisa, em Belém. De 8h30 às 17h, do dia 22, haverá mesa redonda com especialistas de pelo menos seis universidade e instituições de ensino e pesquisa da região, como Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), Universidade do Estado do Pará (Uepa), Universidade Federal do Amapá (Unifap) e Instituto de Educação e Cultura do Pará (Iepa). Entre os temas, “A biotecnologia no Estado do Pará” e “Experiência dos egressos”. Discentes apresentam trabalhos sobre uso, conservação e levantamento da biodiversidade e seus produtos.

Museu de Portas Abertas – Ainda em Belém, o projeto Museu Goeldi de Portas Abertas chega à sua 34ª edição em 2019 e já teve sua agenda deste ano iniciada no Parque Zoobotânico, em Belém. Agora é a vez do Campus de Pesquisa, localizado no bairro da Terra Firme, onde se concentrarão atividades expositivas, palestras e dinâmicas voltadas, em especial, para o público escolar e acadêmico. A agenda se estende de 23 a 24 deste mês e envolve as coordenações de Zoologia, Humanas, Botânica e Ciências da Terra e Ecologia; o Serviço de Biblioteca; o Projeto de Estudos Costeiros (PEC); o Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnologia; e o Projeto Recursos Naturais e Antropologia das Sociedades Marítimas, Ribeirinhas e Estuarinas da Amazônia: Relações do Homem com o seu Meio Ambiente (Renas).

Olimpíadas de Ciências – Por sua vez, a XI Olimpíadas de Ciências da Floresta Nacional de Caxiuanã é um projeto que o Museu Goeldi desenvolve anualmente na sua base localizada no arquipélago do Marajó, a Estação Científica Ferreira Penna (ECFPn). Ao longo dos oito dias do evento, que inicia a partir de terça-feira (22), temas científicos, ambientais e culturais serão tratados de forma lúdica e pedagógica por meio de oficinas e competições. Desenvolvida desde 2008, as olimpíadas mobilizam alunos e professores de escolas rurais da região, sendo um importante momento de confraternização e aproximação dos moradores dos municípios de Portel e Melgaço com a ciência produzida no local.

Feira Estadual – Simultaneamente à sua participação na Semana Nacional, o Museu Goeldi marcará presença na 10ª Feira Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, que ocorre em Belém a partir da próxima quarta-feira (23) e segue até sexta (25), no complexo turístico Estação das Docas. A programação, coordenada pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet), busca mobilizar a população paraense, em especial crianças e jovens, para temas e atividades educativas que despertem a curiosidade científica.

Aliado à proposta da feira, o estande do Museu Goeldi apresentará ao público o Clube do Pesquisador Mirim (CPM), projeto que há mais de duas décadas busca estimular o conhecimento de crianças e adolescentes sobre a ciência, por meio de experiências teóricas e práticas, tendo como base os estudos desenvolvidos por pesquisadores da instituição.

Educadores, voluntários e participantes do clube explicarão mais sobre a metodologia e formas de ingresso no CPM. Estarão disponíveis para dinamização kits educativos desenvolvidos por antigos integrantes do projeto.

Museu Goeldi – O Museu Paraense Emílio Goeldi é uma das 16 unidades de pesquisa do MCTIC e completou 153 anos de fundação no último dia 6 de setembro, reafirmando seu lugar estratégico no estudo científico dos sistemas naturais e socioculturais da Amazônia, bem como na divulgação de conhecimentos e acervos relacionados à região.

Serviço:

Semana Nacional de Ciência e Tecnologia
Data: 21 a 27 de outubro
Local: Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, localizado em Brasília (DF).
Mais informações, no site do evento.

Seminário do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia (PPG-Bionorte)
Data: 22 de outubro
Local: Campus de Pesquisa do Museu Goeldi, localizado na Avenida Perimetral, 1901, bairro da Terra Firme, em Belém (PA).

Museu de Portas Abertas – Campus de Pesquisa
Data: 23 e 24 de outubro
Local: Campus de Pesquisa do Museu Goeldi, localizado na Avenida Perimetral, 1901, bairro da Terra Firme, em Belém (PA).

XI Olimpíadas de Ciências da Floresta Nacional de Caxiuanã
Data: 22 a 29 de outubro
Local: Estação Científica Ferreira Penna, localizada na Floresta Nacional de Caxiuanã, na Ilha do Marajó (PA)

10ª Feira Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovações
Data: 23 a 25 de outubro, das 9h às 17h (na sexta-feira a programação encerra às 19h)
Local: Estação das Docas, localizado na Avenida Marechal Hermes, no bairro da Campina, em Belém (PA).

Mais informações, no site do evento.

FONTE: Agência Museu Goeldi –       Página Inicial  

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