Líder Macuxi: Sínodo discrimina índios não alinhados à Teologia da Libertação

Em Roma, Jonas Macuxi, chefe indígena, mostra as contradições do Sínodo.

“Vim aqui para dizer que os povos indígenas querem liberdade econômica, dignidade humana, querem trabalhar, crescer e ser respeitados”, diz para uma plateia de uma centena de pessoas, entre elas o cardeal americano Raymond Burke.

Palavras fortes, respeitosas e esclarecedoras, Jonas Marcolino, líder do grupo étnico Macuxi, da região de Roraima, participou de uma conferência ‘Amazon: The Stakes’, em Roma.

Sínodo discrimina índios não alinhados à neo-missiologia

Prossegue o chefe Macuxi: “Lamento que, para o Sínodo que será inaugurado neste domingo, não tenha sido convidado nenhum indígena que pense diferente da corrente desses missionários”, disse à AFP o indígena brasileiro Jonas Marcolino, paralelamente a um encontro realizado em um hotel elegante e central da capital italiana”.

“O que a Igreja (progressista) pede em nossa região é odiar o branco, proibir a abertura de estradas, de eletricidade. É que mostra ódio e não pode ser assim”, afirma, ao se referir à corrente teológica que, segundo ele, apoia-se “no marxismo e no antagonismo entre as classes sociais”.

Raoni é midiático; não representa os índios

O líder indígena, Jonas Macuxi “alertou que os líderes indígenas que se encontraram com Sua Santidade – como Raoni, o chefe de midiático dos Kayapo – não representam a quantidade de povos indígenas da região.  

Alertou também, o chefe dos Macuxí em Roraima “que ambientalistas, ONGs e missionários da Teologia da Libertação “pregaram o conflito” na Amazônia e estão “desmantelando” todo o trabalho realizado pelos primeiros missionários católicos.

Canibalismo e infanticídio … “porque devem permanecer no seu estado primitivo”

Prossegue com uma denúncia: não me permitem encontrar a tribo “depois de saber que eu fundei a associação para a proteção dos povos indígenas”.

“Ainda hoje algumas tribos praticam canibalismo e infanticídio, é porque os antropólogos lhes dizem que devem permanecer em seu estado primitivo, aquele que parece tão idílico e enganosamente interpretado no documento de trabalho do Sínodo (Instrumentum Laboris).

E acrescenta: “Ontem eu estava andando por Roma e pensei: o Sínodo selará o destino da Amazônia. Muitos dos indígenas convidados ao Sínodo foram doutrinados para permanecer em seu estado primitivo.

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