Com apoio da Funai, Povo Guajajara realiza evento para criação de cooperativa agrícola indígena

Entre os dias 13 e 15 de maio, o 1º Encontro dos Agricultores Indígenas do Maranhão marca a primeira grande iniciativa para a criação da cooperativa agrícola na Terra Indígena Bacurizinho, município de Grajaú-MA. Com apoio logístico da Funai, o Povo Guajajara debate alternativas para a geração de renda e produção agrícola em terras indígenas que leve em consideração a cultura e a autonomia indígena.

Embora ainda não esteja legalmente formalizada, a cooperativa deverá priorizar a produção de mandioca e batata doce, produtos com os quais as comunidades indígenas já possuem experiência de cultivo. A expectativa dos Guajajara é iniciar também o plantio de soja, cuja mecanização da lavoura será submetida à consulta das comunidades por meio de assembleias. O incremento da produção agrícola vai beneficiar cerca de 8 mil indígenas somente na Terra Indígena Bacurizinho, que possui 134 mil hectares de área.

No Encontro, lideranças indígenas e representantes do governo abordaram aspectos que envolvam geração de renda, segurança alimentar e conservação ambiental. Presente ao evento, o diretor de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável (DPDS/Funai), Giovani Souza Filho, esclareceu dúvidas sobre a perspectiva de iniciar um empreendimento semelhante ao que ocorre em Mato Grosso com o Povo Paresi, que enviou um representante ao evento para participar dos debates.

Ao transmitir uma mensagem do presidente, Franklimberg de Freitas, Giovani Souza destacou a preocupação da Fundação Nacional do Índio em ajudar o Povo Guajajara nessa empreitada. “O sonho da Funai é ver realizado o sonho dos indígenas nestas terras que em breve vão ter uma agricultura em larga escala para melhorar a qualidade de vida das pessoas que aqui vivem”, disse.

“O Encontro de Agricultores Indígenas, idealizado pelo cacique Raimundo Guajajara, se reveste de grande importância e merece destaque especial por se tratar da primeira iniciativa regional no sentido de buscar uma alternativa autossustentável de produção e geração de renda em uma escala que realmente seja capaz de proporcionar o desenvolvimento e a autonomia destes povos”, enfatizou Giovani Souza. Na avaliação de Raimundo Guajajara, a fundação da cooperativa é a melhor forma “para a comunidade indígena receber a linhas de crédito do governo e dividir o lucro da produção dentro das aldeias”, afirmou o cacique.

Atuação local

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Indígenas Guajajara durante debates sobre a criação da cooperativa agrícola na TI Bacurizinho

De acordo com a Coordenação Regional da Funai no Maranhão, atualmente os produtos cultivados nas Terras Indígenas Bacurizinho e Arariboia são comercializados nos municípios vizinhos. A cooperativa poderá elevar a produção e fornecer alimentos também para o poder público local, redes varejistas e até mesmo ao mercado externo, explicou o coordenador substituto no estado, Guaraci Mendes da Silva.

O coordenador disse que a criação de uma cooperativa agrícola é o modelo ideal a ser aplicado na Terra Indígena Bacurizinho. “É importante que seja sustentável, que favoreça todos os cooperados de maneira justa e minimize impactos sociais nas comunidades em que se instalar; não que acirre ainda mais as diferenças sociais. Nesse sentido, penso que o sistema cooperativista é o único capaz de proporcionar isso aos indígenas envolvidos”, salientou Mendes.

A Funai, por meio da Coordenação Regional Maranhão, havia prestado apoio logístico à comunidade indígena desde o planejamento da realização do Encontro, com a descentralização da sede, e também o transporte e fornecimento de alimentação para os indígenas durante os dias do evento.

Assessoria de Comunicação Social/Funai

com informações da CR Maranhão

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