Mais de 500 quelônios soltos na foz do rio Jaú

O Parque Nacional do Jaú encerrou a temporada de monitoramento de quelônios com a soltura de cerca de 500 indivíduos de quatro espécies (tartaruga da amazônia, tracajá, irapuca e iaçá), na foz do Rio Jaú. Após a realização de solturas dos quelônios nas comunidades do Rio Unini (Parque Nacional do Jaú e Reserva Extrativista do Rio Unini) e do Rio Jaú, foi a vez de moradores da cidade de Novo Airão e parceiros participarem do momento festivo de soltura de quelônios na foz do rio Jaú.

A ação é uma grande oportunidade para aproximar os moradores das cidades vizinhas e parceiros do Parque. “Com esta atividade, temos a chance de conquistar mais pessoas para nos ajudar a defender o Parque, pois, após participarem da soltura, as pessoas ficam apaixonadas por esse trabalho e pela unidade de conservação”, declara Josângela da Silva Jesus, analista ambiental do Parque Nacional do Jaú.

Para Clarice Bassi, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Novo Airão, é sempre emocionante participar de uma soltura de quelônios, sabendo que são filhotes pequenos sendo soltos por crianças, que podem ter essa interação com o animal e ver a importância de se proteger os quelônios em todas as etapas de suas vidas. Segundo ela, as pessoas se conectam com a natureza e vêm como é prazeroso participar de um movimento em prol da conservação da biodiversidade.

A atividade, que faz parte do Projeto Monitoramento Participativo da Biodiversidade em Unidades de Conservação, contou com a participação de mais de aproximadamente 70 pessoas, entre crianças e educadores da Fundação Almerinda Malaquias (FAM), organização que trabalha educação ambiental com estudantes de Novo Airão, voluntários, parceiros, monitores, colaboradores e familiares.

A pesquisadora do IPÊ Virgínia Bernardes ministrou uma palestra sobre os quelônios existentes no Parque Nacional do Jaú e os desafios para a conservação das espécies. Após a palestra, as crianças participaram de atividades de educação ambiental.

A temporada de 2018-2019 foi desafiante para realização do monitoramento de quelônios na foz do Rio Jaú, pois o rio Negro subiu antes do previsto em uma velocidade não esperada, relata Josângela. “Tivemos tartarugas desovando ainda em janeiro de 2019, quando a praia já estava sumindo, sendo o comportamento esperado seria desovarem em outubro e início de novembro”, ressalta a analista ambiental. Mesmo assim, foram soltos 485 filhotes de tartaruga da Amazônia, tracajá, irapuca e iaçá. Foram registrados ainda 230 filhotes que nasceram após o evento e outros ainda estão eclodindo. Já foram registradas no Parque Nacional do Jaú 11 espécies de quelônios, das 18 existentes na Amazônia.

Realizado de forma participativa nos rios Jaú e Unini, o monitoramento de quelônios este ano soltou na natureza 7.500 indivíduos de cinco espécies de quelônios, tartaruga-da-amazônia, tracajá, irapuca, cabeçudo e iaçá.

Etapas do Monitoramento na Foz do Rio Jaú – O trabalho se inicia com a ronda de monitoramento nas praias do Rio Negro durante o período de desova dos quelônios, com a identificação dos ninhos e transferência dos ovos, que estão em áreas de risco de roubo e alagamento, para uma chocadeira artificial construída na base do ICMBio. A etapa seguinte é a proteção dos ninhos até a eclosão dos ovos. Do nascimento até a soltura, os filhotes eles são mantidos em um tanque-rede dentro do rio Jaú, até chegar o dia da soltura.

O Monitoramento na foz do rio Jaú recebe apoio de voluntários do ICMBio, que atuam junto com os monitores em todas as etapas do monitoramento. Nesta temporada foram 14 voluntários, desde outubro até janeiro, vindos de Novo Airão, Manaus e de outros estados do país.

Realizado de forma participativa nos rios Jaú e Unini, o monitoramento de quelônios este ano soltou na natureza 7.500 indivíduos de cinco espécies de quelônios, tartaruga-da-amazônia, tracajá, irapuca, cabeçudo e iaçá.

Parcerias – O Projeto de Monitoramento de Quelônios no Parque Nacional do Jaú é vinculado ao Programa de Conservação de Quelônios do Mosaico do Baixo Rio Negro, uma parceria do ICMBio com o IPÊ, WCS, FVA, SEMA/AM, Projeto Pé-de-Pincha/UFAM, Prefeitura Municipal de Novo Airão e comunidades e recebe apoio financeiro do Programa ARPA e, através do IPÊ, pelo projeto Monitoramento Participativo da Biodiversidade em Unidades de Conservação da Amazônia, o apoio da USAID e Gordon e Beth Moore Foundation.

 

FONTE: ICMBio