Fruto da Amazônia, Camu-camu é avaliado em pesquisa para tratamento de úlceras

Pesquisa desenvolvida pela médica Tamara Menezes busca no fruto uma nova terapia de tratamento para pacientes que sofrem com a doença. 

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Um dos principais problemas enfrentado pelos pacientes quando estão acamados são os surgimentos de úlceras de pressão. As feridas ocorrem em função da falta de oxigenação superficial da pele, provocada por compressão prolongada em pacientes acamados por longos períodos.

Uma pesquisa desenvolvida pela médica Tamara Menezes busca no camu-camu, fruto nativo da região Amazônica, uma nova terapia de tratamento para pacientes que sofrem com a doença.

O estudo é desenvolvido com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) por meio do Programa de Apoio Estratégico ao Desenvolvimento Econômico Ambiental do Estado do Amazonas (Amazonas Estratégico).

Tamara Menezes explica que o estudo começou em razão do índice elevado de pacientes acamados com vulnerabilidade a formação de úlcera de pressão. Nas pesquisas, o camu-camu já mostrou possuir alta concentração de vitamina C, superando frutos como a acerola, laranja e limão. A vitamina é uma das principais responsáveis por estimular a formação das fibras colágenas, presentes em todos os tecidos do corpo, que ajudam no processo de cicatrização das úlceras após tratadas.

“A nossa pele é formada por colágeno, o nosso organismo em si tem uma deficiência de uma enzima que não produz a vitamina C, ou seja, nós temos que ingerir para poder essa enzima sintetizar e acontecer à produção de colágeno. Nós precisamos ingerir pelo menos 100mg de vitamina C por dia, um camu-camu possui 180 mg de vitamina C, ou seja, um fruto já ultrapassa a necessidade do corpo”, afirmou.

A pesquisadora conta que o processo de cicatrização das úlceras é considerado bastante complexo. Os fatores sistêmicos como: idade, doença de base, o uso de alguns medicamentos, além de fatores locais como presença de corpos estranhos, infecção ou necrose e localização da ferida podem interferir no processo de restauração da ferida, prolongando ainda mais o tempo de cicatrização.

“Um paciente que chega com uma ferida aberta contaminada é iniciado o tratamento com o antibiótico. A infecção foi tratada, agora preciso cuidar da parte da cicatrização dessa ferida, onde é necessário estimular as células do colágeno, aí que entramos com a ingestão do fruto camu-camu”, conta a pesquisadora.

Pesquisa

Durante a pesquisa, Tamara afirma que percebeu uma concentração maior de vitamina C quando o fruto está verde.  Ainda conforme a pesquisadora, a ideia é fazer um suplemento oral e utilizar o mesmo extrato do fruto para produção, por exemplo: spray, pomada, cápsulas, gel e adesivos.

“O camu-camu é rico em vitamina C, possui até 60 vezes mais comparado a outros frutos. Não vamos extrair apenas a vitamina C, mas também analisar outras potencialidades do fruto como a ação antioxidante. Vamos avaliar os componentes importantes que contém no fruto e depois fazer análise laboratorial utilizando o fruto como base no processo de cicatrização”, contou.

Amazonas Estratégico

O programa Amazonas Estratégico da Fapeam tem o objetivo financiar atividades de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, em diversas linhas temáticas.

Foto: Divulgação

acritica.com Manaus (AM)

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