Obras permitem uma maior integração da região Norte ao país.
A Força Aérea Brasileira (FAB) celebrou, na terça (04) e na quarta-feira (05), a conclusão das reformas das pistas de pouso do município de Oiapoque (AP) e do distrito de Moura, no município de Barcelos (AM). As obras, realizadas pela Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (COMARA), foram financiadas pela Secretaria Nacional de Aviação Civil, do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação (SAC-MTPA).
“O objetivo do Comando da Aeronáutica com essas obras é estarmos sempre integrando o nosso país para que todos os brasileiros tenham o acesso seguro e rápido em todas as regiões”, enfatiza o Diretor de Infraestrutura da Aeronáutica, Major-Brigadeiro do Ar Sérgio de Matos Mello.
O trabalho em Oiapoque, localizado a 600km de Macapá (AP), durou quatro meses. Foi feito o balizamento noturno da pista, realizada a pintura e instalada a cerca para a segurança das operações.
De acordo com a Prefeita do município, Maria Orlana, companhias aéreas civis já entraram em contato para operar na nova pista. “Nós ainda temos 130 quilômetros de estrada de chão e, principalmente, na época das chuvas, o acesso se torna muito difícil, então, o voo de novas companhias aéreas vai possibilitar o desenvolvimento do município e, também, o transporte de enfermos com mais qualidade, inclusive, durante a noite”, destaca.
Já o trabalho em Moura durou cerca de 11 meses. A pista foi ampliada de 800m de comprimento por 23m de largura para 1.120m por 30m, o que vai permitir o pouso de aeronaves maiores. Também foi instalada a cerca operacional e refeita a sinalização horizontal. “Em Moura, por exemplo, nós já tivemos a notícia de que mineradoras estão procurando os responsáveis pela obra para fazer o uso da pista, então, simultaneamente, a pista garante pontos para a indução ao desenvolvimento e para o apoio à defesa nacional”, explica o Secretário Nacional de Aviação Civil, Dario Rais Lopes.
Segundo o Chefe da 4ª Subchefia do Estado-Maior da Aeronáutica, Brigadeiro Engenheiro Eliezer de Freitas Cabral, a parceria com a SAC-MTPA é indispensável. “Sem essa parceria não haveria recursos e dificultaria bastante o cumprimento da missão do Comando da Aeronáutica de integração do território nacional. Nós já temos um TED [Termo de Execução Descentralizada] assinado até 2021 que permitirá fazer novas obras”, ressalta.
Logística
Para a realização das obras foi necessário um grande trabalho de logística por parte da COMARA. “Muitas vezes, para realizarmos as obras nessa região, nós usamos os três modais: aéreo, marítimo e terrestre, pois, só assim, conseguimos construir ou reformar essas pistas”, afirma o Vice-Presidente da COMARA, Coronel Aviador Cleber dos Passos Jorge.
Para o transporte dos materiais para Oiapoque, por exemplo, foi utilizada a balsa que saía de Belém até Macapá, em uma viagem de 56 horas pelo rio, e de Macapá até o município o transporte era feito por estradas, mas como 150 quilômetros são de terra, que só se pode transitar em período de seca, em alguns momentos foram utilizados helicópteros.
“Temos que entender a chuva que cai na região, muitas vezes de forma inclemente, não permitindo que a obra aconteça. Por isso, o espaço de tempo para fazer a obra é muito curto, cerca de quatro ou cinco meses no máximo, e sem a pista o acesso a essas localidades fica muito mais difícil”, destacou o Subdiretor de Planejamento da Diretoria de Infraestrutura da Aeronáutica (DIRINFRA), Brigadeiro Engenheiro Raymundo Ubirajara da Fonseca Salgado.
As equipes de trabalho, geralmente, eram trocadas a cada mês, embora algumas pessoas ficavam mais tempo nas localidades dependendo da função que exerciam. No Distrito de Moura, por exemplo, durante o período de realização da obra, o gerente, Tenente Engenheiro Damil Henrique da Rocha Júnior, passou 100 dias no local em três períodos. “A minha função de gerência impacta mais na sede, em Belém, do que aqui mesmo, mas eu vim aqui para visualizar se tudo estava ocorrendo dentro do planejado e sem nenhum problema”, afirmou.
Surucucu
No mês de novembro, a COMARA concluiu a obra de recuperação da pista de pouso de Surucucu, aumentando a capacidade operacional da Força Aérea que, a partir de agora, pousa com a aeronave C-105 Amazonas na pista, podendo realizar missões de transporte tático e logístico e evacuação aeromédica. O aeródromo de Surucucu, localizado a 270 km de Boa Vista (RR), é, também, um ponto de apoio para o 4º Pelotão Especial de Fronteira do Exército Brasileiro e da comunidade indígena Yanomami, já que o único modal de acesso é o aéreo.
O Tenente Michel de Moraes Gouvea contou um pouco de sua experiência na obra. “Nesse tempo em Surucucu, vivenciei a real importância da missão da COMARA como um apoio vital na garantia da soberania nacional. A pista se encontrava em péssimas condições, devido ao desgaste natural do tempo, dificultando tanto o apoio ao pelotão do Exército Brasileiro, que cuida das nossas fronteiras por terra, quanto o apoio da Secretaria Especial de Apoio Indígena, que cuida da saúde indígena, comprometendo a segurança e a chegada de insumos e efetivo ao local. Sinto-me honrado em fazer parte desta Comissão, que contribui para a construção e reforma de pistas que levam progresso e desenvolvimento a várias regiões de nosso país”, concluiu.
Tenente João Elias E Capitão Landenberger
Fotos: Soldado Wilhan Campos/CECOMSAER
FONTE: DefesaNet
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