Produtores indígenas de café especial em Rondônia participam da Semana Internacional do Café

Entre os cerca de mil cafeicultores de Rondônia que participaram da etapa classificatória do concurso nacional neste ano, 3 produtores indígenas foram classificados entre os 30 melhores do Brasil. Luan Suruí, Valdir Aruá, e Vagner Tupari concorreram na categoria melhores amostras de café robusta (canéfora) no Coffee of the year 2018, que faz parte programação da Semana Internacional do Café, realizada em Belo Horizonte-MG.

Comitiva dos cafeicultores de Rondônia na Semana Internacional do Café (fotos: Ricardo Prado, Coordenação Regional Cacoal-RO/Funai)

A Semana Internacional do Café promove o principal concurso cafeeiro do setor no país, onde se reúnem os melhores produtores de café e também são apresentadas as inovações técnicas do mercado com vistas à melhoria da qualidade do produto. Em 2018 o evento ocorreu na capital mineira entre os dias 7 e 9 de novembro.

Por meio da Coordenação Regional de Cacoal, a Fundação Nacional do Índio tem acompanhado de perto o processo de profissionalização da produção de cafés especiais realizada pelos indígenas Aruá, Suruí e Tupari. Em parceria com a Embrapa-RO, a CR Cacoal acompanha os técnicos durante as visitas aos produtores quando são realizados os cursos de capacitação ou mesmo as visitas de avaliação da lavoura de café.

O cafeicultor indígena, Valdir Aruá, em entrevista para televisão de Minas Gerais

O resultado desse apoio é visível: pela segunda vez uma comunidade indígena de Rondônia exportou um microlote de café especial para a Suíça. De acordo com coordenador regional da Funai, Ricardo Prado, “enquanto uma saca de café normal está entre R$ 300 e R$ 350, esses indígenas estão exportando [café tipo robusta] a R$ 700. O Luan Suruí consegue vender o café especial que produz por R$ 1.200 a saca. Um valor quatro vezes maior do que o do café comum”, afirmou.

Para o coordenador da Funai, a valorização do café especial no mercado demonstra aos produtores indígenas uma oportunidade econômica. “O que o produtor indígena tem plantado hoje, com boa coleta, seguindo à risca o processo para ter um café de qualidade, ele agrega muito mais valor, e não precisa desmatar mais para plantar mais café. O que ele tem já é suficiente para o sustento dele e para geração de renda na comunidade”, disse Ricardo Prado.

O governador de Rondônia, Daniel Pereira, disse que esta é uma oportunidade de reativar os cafezais do estado e de “reinserir a agricultura familiar, agregando valor e qualidade, gerando emprego e renda. Nós criamos as condições para desenvolver uma política de preservação, de fato, das riquezas naturais. Principalmente das reservas indígenas e das reservas extrativistas, a partir do momento que a gente incentiva e desenvolve uma política de produção dentro das Terras Indígenas”, afirmou o governador.

Desde o processo do plantio até a participação na Semana Internacional do Café, os produtores do estado de Rondônia contaram com uma rede de apoio de diversas entidades como:

– Fundação Nacional do Índio;
– Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA);
– Governo do Estado de Rondônia;
– Emater-RO (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia);
– Embrapa-RO (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária)
– UNIR (Fundação Universidade Federal de Rondônia);
– Câmara Setorial do Café do Estado Rondônia;
– Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar);
– Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).

Assessoria de Comunicação Social / FUNAI  com informações da CR Cacoal-RO  

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