Parceria marca a gestão do Parna Pico da Neblina – Mais de 70% da área da unidade apresenta sobreposição a terras indígenas

O Parque Nacional do Pico da Neblina apresenta mais de 70% de sua área com sobreposição a Terras Indígenas: TI Balaio, TI Cué-Cué Marabitanas, TI Médio Rio Negro II e TI Yanomami. Por isso, são imprescindíveis os trabalhos em conjunto das instituições que atual na região e os povos indígenas. O esforço no fortalecimento das parcerias do ICMBio com as populações indígenas e instituições como a Fundação Nacional do Índio – FUNAI, Federação das Associações Indígenas do Rio Negro – FOIRN e Instituto Socioambiental – ISA, são contínuos.

Pico da Neblina – Ramilla Rodrigues/icmbio.gov.br

Um dos avanços foi a aprovação pelo ICMBio do Plano de Visitação ao Pico da Neblina, importante documento elaborado em conjunto com as comunidades e associações Yanomami AYRCA e Kumirayoma, ICMBio, FUNAI, ISA e SEMATUR. É importante ressaltar que a visitação não está liberada, é necessária a aprovação do Plano pela FUNAI. O ecoturismo é uma forma de geração de renda, alternativa a práticas não sustentáveis como o garimpo, a caça e a pesca ilegais. Também visa a valorização da cultura e do modo de vida tradicional, a inclusão de gênero e geracional, a melhoria na qualidade de vida, a conservação do meio ambiente e o desenvolvimento socioambiental.

Em recente reunião com as comunidades, contando com a presença das diretorias das associações e lideranças Yanomami, com representantes do ICMBio, FUNAI e ISA, ficou acordado que este ano serão realizadas apenas expedições técnicas, com o objetivo de proporcionar maior capacitação, melhor estruturação da trilha e aprimoramento do Plano de Visitação. Desta forma, a previsão para a regularização da visitação ao Pico da Neblina (Yaripo na língua Yanomami) é para 2019.

Exemplo emblemático das parcerias foi a participação de Luciana Uehara, gestora do Parque Nacional do Pico da Neblina, e de Valdemar Pereira Lins, representante do povo Yanomami, no V Seminário Internacional de Turismo em Áreas Protegidas da Amazônia/I Encontro de Práticas de Turismo de Base Comunitária, realizado no período de 7 a 9 de maio em Rio Branco/AC. Eles foram selecionados para apresentar o projeto de Ecoturismo Yaripo, iniciativa de turismo de base comunitária indígena. O seminário proporcionou uma rica troca de experiências de turismo com protagonismo dos comunitários que estão sendo realizadas no Brasil, na América Latina e nos EUA.

Neste evento, também participaram Marivelton Barroso (presidente da FOIRN), Roberto Pereira (presidente da associação indígena ACIMRN) e Túlio Binotti (FUNAI), para apresentar experiências de turismo no Rio Negro. Entre elas, está o fomento ao Circuito das Serras Sagradas, com estímulo a iniciativas como o ecoturismo ao Yaripo, ao Morro dos Seis Lagos e a outros destinos potenciais do Rio Negro, roteiros em parceria com associações indígenas, FOIRN, ICMBio, FUNAI e ISA, almejando não só a geração de renda sustentável e o respeito aos direitos dos povos indígenas, mas também estimulando o desenvolvimento regional, trazendo melhorias inclusive para a população local, com maior estruturação dos municípios e implementação de políticas públicas.

Outra iniciativa, exposta pela Paula Arantes, membro da GARUPA – ONG que auxilia a estruturação de propostas de turismo de base comunitária – é o roteiro das Serras Guerreiras do Tapuruquara, realizada também em trabalho conjunto com FOIRN, ISA, FUNAI e ICMBio. Esses exemplos demonstram o empenho do Parque Nacional do Pico da Neblina em construir planos de trabalho conjuntos e participativos, com intuito de implementação da gestão integrada de áreas protegidas (Unidades de Conservação e Terras Indígenas).

Comunicação ICMBio