Esse é o principal resultado que um monitoramento, conduzido pelo WWF-Brasil junto a vários parceiros no Acre, que está monitorando a fauna da Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes, no município de Xapuri.
Um grupo de Dinomys branickii – animal conhecido como “pacarana” ou “paca-de-rabo” – foi registrado em vídeo pela primeira vez na Reserva Extrativista Chico Mendes, no Acre. Esse é o principal resultado que um monitoramento inédito, conduzido pelo WWF-Brasil junto a vários parceiros no Acre desde o final do ano passado, que está monitorando a fauna da Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes, no município de Xapuri. Acesse o vídeo aqui
Regras e recursos
Armadilhas fotográficas
O registro em vídeo da família de pacarana só foi possível por conta de um novo projeto que o WWF-Brasil tem conduzido nas florestas acrianas. No final do ano passado, um conjunto de armadilhas fotográficas foi instalado no interior da Resex Chico Mendes. Elas servem para monitorar a fauna daquela unidade de conservação e ajudar a qualificar a exploração madeireira feita pelos extrativistas da reserva: para continuar extraindo e comercializando madeira, os comunitários precisam provar que esta atividade econômica não provoca impacto na vida dos animais daquele local. As câmeras ajudam a monitorar esse impacto.
Estão espalhadas no interior da Resex 8 armadilhas fotográficas que fizeram, desde dezembro de 2017, 120 registros. Cada armadilha está a um quilômetro de distância da outra. Mais de vinte espécies diferentes de animais foram flagradas pelas câmeras. Além da família de pacarana, outros bichos fotografados ou filmados foram tatus (Dasypus sp), veados (Mazama sp.), macacos-guariba (Alouatta seniculus), macacos-prego (Cebus apela), jaguatiricas (Leopardus pardalis), gambás (Didelphis albiventris), jacamim-de-costas-cinzentas (Psophia crepitans) e cutias (Dasyprocta agouti).
Parcerias
Este trabalho não seria viável, no entanto, sem apoio local. Uma das entidades parceiras nesta iniciativa é a Cooperativa dos Produtores Florestais Comunitários (Cooperfloresta), que atua na exploração sustentável de madeira na Resex Chico Mendes. Engenheiro florestal da Cooperfloresta, Jardel Freitas contou que os comunitários estão bem entusiasmados com o monitoramento da fauna.
“Enxergamos esta iniciativa de maneira positiva, por isso vai melhorar a qualidade do nosso trabalho. Sabendo dos impactos que a atividade madeireira tem na fauna, teremos como estruturar melhores práticas e ter informações mais consistentes para colocar nos nossos projetos. Queremos mostrar que, com o devido cuidado, é possível fazer a exploração e minimizar os impactos aos animais das áreas que são exploradas”, afirmou Jardel.
Como funciona?
O uso de armadilhas fotográficas tem sido, em anos recentes, uma das maiores ferramentas de monitoramento de biodiversidade, sendo utilizadas por pesquisadores do mundo inteiro. A Rede WWF desenvolve uma série de iniciativas ligadas a essas armadilhas fotográficas. As armadilhas fotográficas nada mais são que câmeras normais equipadas com pequenas melhorias tecnológicas, apropriadas para o ambiente selvagem. Elas ficam escondidas e amarradas em árvores, funcionando como sensores de luz – toda vez que um animal passa pela frente do equipamento, a câmera tira uma foto ou inicia uma gravação audiovisual.
Essas câmeras filmam em infravermelho, ou seja, gravam bem à noite sem necessitar de luz adicional, e não espantam ou agridem os animais. Por isso, elas vêm sendo cada vez mais adotadas por conservacionistas ao redor do globo.
Texto do WWF
Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280