Em Boa Vista, venezuelanos concluem curso de português em universidade parceira da ONU

Venezuelanas e venezuelanos exibem seus certificados de língua portuguesa após conclusão de curso da Universidade Federal de Roraima, em Boa Vista. Foto: ACNUR/Flavia Faria

Em Boa Vista, 75 venezuelanos concluíram na semana passada um curso de português oferecido pela Universidade Federal de Roraima (UFRR). O projeto Português para Acolhimento formou sua sétima turma e as vagas para a próxima, que começará as aulas ainda este mês, acabaram poucas horas após a abertura das inscrições. Iniciativa da instituição de ensino faz parte de projeto de cooperação com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).

O venezuelano Raul recebe seu certificado do reitor da Universidade Federal de Roraima, Jefferson Fernandes do Nascimento. Foto: ACNUR/Flávia Faria

Em Boa Vista, 75 venezuelanos concluíram na semana passada um curso de português oferecido pela Universidade Federal de Roraima (UFRR). O projeto Português para Acolhimento formou sua sétima turma e as vagas para a próxima, que começará as aulas ainda este mês, acabaram poucas horas após a abertura das inscrições. Iniciativa da instituição de ensino faz parte de projeto de cooperação com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR).

De acordo com os dados mais recentes do Comitê Nacional para Refugiados (CONARE), 17.865 venezuelanos solicitaram refúgio no Brasil em 2017. Em 2016, foram 3.375. Estima-se que 40 mil entraram pelo estado de Roraima e estejam morando na capital Boa Vista.

Idealizadora do projeto, a professora do departamento de Relações Internacionais da UFRR, Julia Camargo, ressalta que apesar das semelhanças entre o português e o espanhol, as pessoas em processo migratório frequentemente se sentem inibidas na hora de se comunicar. Ela explica que as aulas não são apenas um espaço para o ensino de português, mas também de acolhimento.

“Aqui todos se ajudam, e eu vejo que isso traz autoconfiança, vontade de vencer e esperança nesse novo começo de vida”, acrescenta.

As aulas acontecem no período noturno. Os professores são alunos da própria universidade, que lecionam de forma voluntária.

Raul, de 22 anos, é solicitante de refúgio e já está no Brasil há dois meses. Um dos formandos do projeto, o venezuelano afirma que “o curso foi uma excelente ferramenta para melhorar minha interação com os brasileiros e aumentar as oportunidades de trabalho”.

Outra concluinte foi Gabriela, de 25 anos, também solicitante de refúgio. Ela vive em Boa Vista há seis meses. “A rede formada entre os colegas é fundamental para superar os desafios de estar em um novo país”, avalia a ex-aluna.

Julia também destaca a importância do envolvimento dos estudantes da UFRR. Para a docente, a oportunidade dos universitários de colocar em prática tudo que aprendem na sala de aula é transformadora. “Os alunos ganham maturidade, uma troca cultural incrível e, ao mesmo tempo, crescem muito enquanto seres humanos”, afirma.

A voluntária Juliana Carvalho, estudante de Relações Internacionais da UFRR, já faz parte do projeto há um ano e, além das aulas de português, oferece assistência jurídica a migrantes e solicitantes de refúgio. Para a jovem, fazer parte do recomeço da vida de tantas pessoas é inspirador.

“Eles nos dizem que se sentem acolhidos quando aprendem português e, para nós, voluntários, isso é muito gratificante.”

O programa Português para Acolhimento integra a Cátedra Sérgio Vieira de Melo (CSVM), implementada pelo ACNUR no Brasil em parceria com diferentes instituições de ensino superior. Além de difundir temas relacionados a refúgio no meio universitário, a iniciativa também visa promover a formação acadêmica e a capacitação de professores e estudantes no assunto. O trabalho direto com os refugiados em projetos comunitários também é uma prioridade.

FONTE: ONU –  

 

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