Indicação Geográfica do pirarucu manejado em Mamirauá tem projeto lançado em Tefé

O projeto “Indicação Geográfica (IG) Pirarucu de Manejo da Região de Mamirauá” teve lançamento oficial na última quinta-feira (22), em Tefé. A cidade amazonense é uma das nove que pode receber o reconhecimento por um produto de qualidade e origem: o pirarucu manejado da região de Mamirauá. Dessa região, nomeada pelo projeto de “região Mamirauá”, também fazem parte os municípios de Alvarães, Fonte Boa, Japurá, Juruá, Jutaí, Maraã, Tefé, Tonantins e Uarini, todos localizados no médio e alto curso do Rio Solimões.

Indicação Geográfica vai reconhecer a qualidade do pirarucu manejado. Projeto, apoiado pelo Instituto Mamirauá, abrange nove municípios no Amazonas -ALINE FIDELIX

A Indicação Geográfica é certificada pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Ela reconhece serviços ou produtos cuja fama e/ou qualidade está ligada ao seu lugar de procedência, caso do pirarucu pescado de forma sustentável nessa parte do Amazonas. Com isso, o pescado ganha em prestígio no mercado e os pescadores e pescadoras em aumento na renda.

Pirarucu valorizado

Unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o Instituto Mamirauá presta assessoria técnica ao manejo de pirarucu e é uma das instituições parceiras no projeto de valorizar o pirarucu manejado da região.

A coordenadora do Programa de Manejo de Pesca do Instituto Mamirauá, Ana Claudia Torres, explica que o caminho até a efetivação da Indicação Geográfica do pirarucu passa pela mobilização regional. Acordos de pesca, colônias de pescadores e instituições de assessorias técnicas dos 9 municípios vão participar de um dossiê de pedido de reconhecimento, que será encaminhado ao INPI.

“Nossa maior motivação é a expectativa de que a IG funcione como uma ferramenta para regulação do mercado, auxiliando no combate ao comércio ilegal desta espécie e promovendo o acesso a novas opções de mercado para este produto, de maneira a contribuir para a elevação da rentabilidade dos pescadores, protagonistas do manejo”, afirma Ana Claudia.

A previsão é que em dois anos o pirarucu manejado de Mamirauá entre para o time das até o momento 56 Indicações Geográficas brasileiras.

Texto: João Cunha – FONTE: Instituto Mamirauá