A já conhecida plataforma tridimensional do globo terrestre agora no celular com imagens tipo Street View de comunidades no meio da floresta.
Viajar por territórios e regiões da Amazônia sem sair da frente de um computador ou de um celular, percorrer comunidades e paisagens da região de forma tridimensional e poder assistir a uma série com conteúdos exclusivos sobre populações, povos e culturas amazônidas em apenas um clique. Essa é a proposta do novo Google Earth, o Google Earth Amazônia, a já conhecida plataforma 360° do globo terrestre, mas agora com novo layout, feita especialmente sobre a região e disponível para smartphones – antes só era acessada por desktop.
O novo programa/aplicativo, lançado na manhã desta terça-feira (11) na sede da Google Brasil, em São Paulo (SP) – com a presença da imprensa e de famosos como os atores Cauã Reymond e Juliano Cazarre, e do chef de culinária paraense Thiago Castanho – permite navegar pelas entranhas da Amazônia, pelos lugares mais longínquos da região, como se estivesse no Google Street View, com imagens em alta resolução de florestas, comunidades, lagos, rios, etc. Além da visualização tridimensional, o novo Earth também permite adquirir informações extras, dados, mapas e números sobre a Amazônia ou nunca antes divulgados ou que eram de difícil acesso sobre povos e culturas da região.
Essa série de conteúdos exclusivos, chamada “Eu Sou Amazônia”, é formada por 11 vídeos dirigidos pelo cineasta Fernando Meirelles e produzidos pela O2 Filmes, contando 11 histórias interativas, em três diferentes idiomas (português, inglês e espanhol) abordando diferentes aspectos de culturas e populações de comunidades indígenas e quilombolas residentes nos mais de 5 milhões de quilômetros quadrados de Amazônia. Cada história captura questões importantes a respeito da região, como clima e suas mudanças, territórios e disputas, água e preservação, alimentos e recursos naturais, conhecimento tradicional e história, inovação e ciência, resistência e empoderamento, desmatamento, entre outros.
Vigilância da região
Além do benefício de poder navegar pelos lugares mais longínquos da Amazônia, a nova plataforma permite, ao mesmo tempo, que as próprias populações da região utilizem a interface para monitorar, em tempo real, territórios inteiros.
“Para nós a nova plataforma ajudou a conhecer melhor o nosso território e a mobilizar a juventude para também conhecer o nosso território, contra ameaças, contra madeireiros, mineradores e fazendeiros”, disse Rogério Pereira, do quilombo Aracua de Cima, no Pará. “Mesmo nossas terras sendo tituladas, certificadas, a gente não tinha conhecimento de como era o nosso território visto de cima. Conhecíamos por baixo, mas bem pouco. Com essa ferramenta, nós conseguimos identificar como estão as nossas terras, como era antes e como está hoje”.
“Estamos aqui para mostrar como o uso da tecnologia é importante para manter a cultura do nosso povo e mostrar a nossa cultura para o mundo”, afirmou Joks Cinta Larga, indígena da comunidade Cinta Larga, em Rondônia. “Usamos a plataforma para as futuras gerações e para os mais antigos que não têm acesso à tecnologia, mostrando como é importante a gestão do nosso território e mapeando locais que achamos importantes, por exemplo, onde a gente tem nossa roça tradicional, onde tem caça e pesca e onde podemos fazer vigilância contra madeireiros e garimpeiros, para proteger o nosso território”.
Pelo PC e no celular
Para acessar o novo Google Earth Amazônia e viajar em uma jornada profunda por mapas, vídeos, áudio e realidade virtual 360°, o usuário deve entrar em g.co/EuSouAmazonia através de desktops e também dispositivos móveis, ou acessar lojas virtuais. O novo dispositivo ainda não está disponível para sistema operacional iOS.
Por Vinicius Leal
A inovadora plataforma do Google Earth, lançada nesta semana, inaugurou uma nova fase nas ações de defesa e proteção da Amazônia. Com a ferramenta é possível mapear e monitorar territórios inteiros, acompanhar quase em tempo real áreas sob ameaça e passear por paisagens de florestas, rios e comunidades nos moldes da realidade virtual do Google Street View. E o mais interessante: os próprios povos tradicionais – indígenas, ribeirinhos, quilombolas e produtores rurais – podem fazer o monitoramento de suas terras.
É o que conta Rogério Pereira, do quilombo Aracuã de Cima, localizado no Pará. “Para nós, a nova plataforma ajudou a conhecer melhor o nosso território e a mobilizar a nossa juventude a também conhecer o território, defendê-lo contra ameaças, contra madeireiros, mineradores, garimpeiros e fazendeiros. Mesmo nossas terras sendo tituladas, certificadas, a gente não tinha conhecimento de como era o nosso território visto de cima. Conhecíamos por baixo, mas bem pouco. Com essa ferramenta, nós conseguimos identificar como estão as nossas terras, como eram antes e como está hoje”, disse.
Outro povo beneficiado com o novo Google Earth são os Cinta Larga, residentes em territórios localizados entre os estados de Rondônia e Mato Grosso. “O uso da tecnologia é importante para manter a cultura do nosso povo e mostrar a nossa cultura para o mundo. Usamos a plataforma para as futuras gerações e para os mais antigos que não têm acesso à tecnologia, mostrando como é importante a gestão do nosso território, mapeando locais que achamos importantes. Por exemplo, onde a gente tem a nossa roça tradicional, onde tem caça e pesca e onde podemos fazer vigilância contra madeireiros e garimpeiros, para proteger o nosso território”, disse Joks Cinta Larga, presente no evento de lançamento do Google Earth, em São Paulo.
Aprendendo a usar
Claudinete Colé, do quilombo Boa Vista Trombetas, no Pará – o primeiro quilombo reconhecido no Brasil, também lembrou da facilidade em monitorar o território usando o Google Earth. “Uma coisa é sabermos que temos oito territórios, e outra coisa é poder ver tudo isso lá de cima, saber o que está acontecendo com o território naquele exato momento. E essa ferramenta permite isso, ir ao mapa e visualizar, para então tomar ações cabíveis”, disse. “Hoje nós quilombolas e os indígenas somos muito ameaçados por grandes projetos, por mineração, madeireiras, garimpos e por grandes criadores de gado. Vivemos sufocados. Então essa ferramenta permite mostrar que estamos ali, que estamos nos organizando, através do monitoramento da nossa área, e mostrar quais são os nossos limites territoriais”, completou.
#EuSouAmazônia
Através do novo Google Earth, pelo endereço g.co/EuSouAmazonia, é possível assistir aos 11 minidocumentários que contam histórias de cada povo da Amazônia sobre diferentes temáticas, como clima, desmatamento, agropecuária, hidrografia, territórios, etc.
FONTE: Jornal A Crítica
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