Entidades empresariais do Pará pedem a suspensão do Fundo Amazônia

O Fórum das Entidades Empresariais do Pará, que representa 11 instituições vinculadas à indústria e ao comércio no estado, como o SENAI, o SESI e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), encaminhou na última terça-feira (27) uma carta ao presidente Michel Temer pedindo a imediata suspensão do Fundo Amazônia e sua completa revisão.  

Segundo a entidade, o Fundo vem obstruindo os setores produtivos do Pará e da Amazônia como um todo: “ (…) submissos a propósitos alienígenas utilizam os seus recursos nos financiamento de organizações não-governamentais, desprovidas de conhecimento local, prejudicando, assim, a todo custo, que o desenvolvimento chegue às comunidades secularmente interiorizadas para dar a possibilidade de sua inserção social, sem ofensa ao patrimônio natural”.

Os representantes não deixam claro na carta como o financiamento de programas de organizações não-governamentais atinge o setor produtivo paraense, mas se mostram indignados contra o que chamam de desrespeito à soberania da Amazônia.

“O que sentimos hoje é o desrespeito à nossa condição de amazônida e, com isso ver a nação brasileira ser humilhada quando de sua presença na Noruega, pois, é em Oslo, sua capital, que hoje se discute a soberania da Amazônia, um absurdo, uma tutela não solicitada, depreciativa”.

Na penúltima semana de junho, o presidente Michel Temer fez uma visita oficial à Noruega. A alta do desmatamento na Amazônia e notícias envolvendo a redução de Unidades de Conservação tomou conta do encontro, que teve direito a manifestação de ambientalistas e a notícia que o país reduziria os repasses que envia ao fundo Amazônia por conta da alta da perda da floresta em 2015 e 2016.

Para os representantes do setor produtivo paraense, o governo precisa reformular ou acabar com o Fundo Amazônia, como “forma de recuperarmos a respeito internacional”. O Fundo Amazônia financia a política de redução do desmatamento no bioma Brasil desde 2008. A Noruega é o maior financiador do Fundo.

A carta ressalta que o país nórdico está situado “no continente europeu, que a seu modo inscreve cerca de mais de 97% de autodevastação florestal, afora os exemplos deixados na sua atuação no continente africano cujo retrato é um rastro de destruição e pobreza, não é recomendando (sic), portanto, como digna de proferir lições para nós, brasileiros”.

Na verdade, a Noruega é um dos países que mais preserva a própria floresta: 40% do país é de floresta, outros 40% são de campos naturais e montanhas, 7% pedra e gelo, 7% água e só 3% agricultura. A população norueguesa é um pouco mais do que 5,1 milhões de pessoas. A cidade do Rio de Janeiro possui 6,4 milhões de moradores.

Leia a carta na íntegra.

Por Daniele Bragança
Fonte: ((o)) Eco

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