Indígenas, extrativistas e gestores debatem plano de trabalho e resolução de conflitos em terras indígenas e unidades de conservação.
Começou nesta terça-feira (04/04) o Seminário Final de Gestão Integrada de Terras Indígenas e Unidades de Conservação no Sul do Amazonas, em Lábrea (AM). A secretária de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável, Juliana Simões, representa o Ministério do Meio Ambiente no encontro, que segue até sexta-feira (06/04).
O seminário é resultado de diálogo realizado durante todo o ano de 2016 no Curso Modular de Gestão Integrada, organizado pela ONG Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), com indígenas, extrativistas e gestores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Participaram do curso 30 pessoas, representando oito associações indígenas, sete extrativistas, três coordenações regionais da Funai e uma do ICMBio, dos municípios de Humaitá, Boca do Acre, Pauini e Lábrea. Durante o curso, foi elaborado um Plano de Ação de Gestão Integrada que será avaliado e aprovado na reunião.
Para a secretária Juliana Simões, o seminário é inspirador, pois reforça a importância do diálogo na integração da gestão entre governo federal e sociedade civil. “Para que, de fato, tenhamos sucesso é importante um processo de formação como esse, em que o plano de gestão integrada foi discutido de forma participativa entre indígenas, extrativistas e gestores”, disse. “Só assim podemos compreender o objetivo de cada área e encontrar instrumentos compartilhados de gestão, principalmente para áreas que tem sobreposição de terras”.
ALIANÇA
O diretor do ICMBio, Claudio Maretti, destacou a importância de uma aliança entre índios, extrativistas, Funai e Chico Mendes. “Precisamos conquistar 90% da sociedade que hoje acha lindo coisas como uma nova estrada, uma nova hidrelétrica, uma nova plantação de soja ou eucalipto e que não percebe os conflitos que isso envolve”, disse.
O representante da Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas do Médio Purus (Atamp), Benedito Clemente de Souza, a gestão integrada permite alcançar as políticas públicas. “Por isso, estamos unindo forças, para lutar pelo nosso direito, para que possamos ter uma autonomia maior de viver uma vida mais digna dentro das unidades de conservação e terras indígenas”, declarou.
Também participaram da mesa de abertura nesta terça-feira o coordenador da Federação das Organizações e Comunidades Indígenas do Médio Purus, Marcílio Batalha Apurinã; coordenador do IEB, Cloude Correia; o coordenador do Comitê Gestor da a Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI), Mário Nicacio; o coordenador de Gestão Ambiental da Funai, Fernando Vianna; o vice-presidente Associação dos Produtores Agroextrativistas da Assembléia de Deus do Rio Ituxi (Apadrit), pastor Antônio; e a representante da União das Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira Telma Marques.
O seminário conta com o apoio da Fundação Betty e Gordon Moore e da USAID/Brasil.
LETÍCIA VERDI
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