Cooperação técnica reúne 16 países – Mudanças climáticas é uma das prioridades da Redparques

A primeira reunião do Conselho da Rede Latinoamericana de Cooperação Técnica em Parques Nacionais, outras Áreas Protegidas, Flora e Fauna Silvestres (Redparques) está sendo realizada nesta semana (de 12 a 14), em Lima (Peru). Representantes das instituições responsáveis pelos sistemas de áreas protegidas de 16 países da América Latina e do Caribe participam do encontro.       

São países com similaridades ecológicas e sócio econômicas. O Brasil está representado na Redparques pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), autarquia responsável pela administração das 320 Unidades de Conservação federais brasileiras. Países que participam da reunião: Peru, Colômbia, Equador, Guatemala, Uruguai, Brasil, República Dominicana, Costa Rica, Guiana, Paraguai, Honduras, Guiana Francesa, Chile, Bolívia, Panamá e Venezuela.

“A Redparques permite a troca de experiências e define padrões para medir a efetividade da gestão das áreas protegidas”, explica o presidente do ICMBio, Claudio Maretti. “A gente aprende com a experiência dos outros países e leva nossa experiência positiva para eles, em várias áreas: turismo sustentável, concessões e capacitação, por exemplo. Nós compartilhamos ecossistemas – Amazônia, Pantanal, oceanos – com outros países e precisamos ter modelos de gestão e de monitoramento semelhantes”, conclui Maretti.

“O encontro está sendo muito produtivo. A oportunidade de interagir com outros sistemas de áreas protegidas é extremamente benéfica para a conservação da biodiversidade”, avalia o gerente de projetos do Departamento de Áreas Protegidas (DAP) do MMA, André Lima.

Troca de experiências

Projetos considerados exitosos, de vários países, foram apresentados na reunião. O Uruguai apresentou propostas para o fortalecimento da conservação e das áreas protegidas por meio de melhor integração com atividades econômicas, como a pesca artesanal, o turismo e a produção de carne em campos naturais.

Pelo Brasil, o DAP apresentou a experiência positiva do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), que apoia 105 Unidades de Conservação na região. “Houve bastante interesse dos países sobre a questão da sustentabilidade financeira das Unidades de Conservação e o novo modelo do fundo que resultou da iniciativa Arpa para a Vida” explica a analista ambiental do MMA, Veronica Barros.

A Redparques promove a construção de uma visão regional para a Amazônia, baseada em cinco temas relacionados às áreas protegidas: monitoramento (da gestão e da biodiversidade), definição de áreas prioritárias para a conservação, sustentabilidade financeira, participação social e importância de áreas protegidas para o combate e a adaptação às mudanças climáticas.

Mudanças climáticas

As florestas absorvem grandes quantidades de calor e de carbono. E o rio Amazonas é responsável por cerca de vinte por cento da água liberada pelos rios de todo o mundo. No Brasil, a maior parte das emissões dos gases de efeito estufa é consequência do desmatamento e da degradação florestal. Por isso, o combate ao desmatamento deve ser uma prioridade para os governos.

O Arpa tem sido muito útil para a conservação das florestas e confirma que proteger a natureza não é um obstáculo para o desenvolvimento. Em uma reunião da ONU, em 2014, A Union of Concerned Scientists divulgou pesquisa em que o Brasil aparece como o país que mais reduziu o desmatamento e as emissões de gases que causam aquecimento global.

Mesmo longe das florestas, as grandes cidades também têm são responsáveis por evitar o avanço das mudanças climáticas. A implantação de projetos sustentáveis é um dos caminhos. Transporte público eficiente, saneamento, incentivar projetos que usem energias renováveis, entre outras, são ações positivas que deveriam ser adotadas amplamente. As áreas verdes urbanas precisam ser conservadas e novas áreas precisam ser criadas. Elas minimizam os efeitos das mudanças climáticas.

A proposta de declaração da Redparques sobre mudanças climáticas e áreas protegidas para a COP 21, foi debatida pelo grupo reunido, em Lima. “Chegamos a um consenso”, afirma o coordenador da Redparques, Pedro Gamboa. “Expressaremos a vontade de que se reconheça a importância das áreas protegidas para enfrentar às mudanças climáticas”, pontuou Gamboa. A COP será realizado em dezembro, em Paris.

Comunicação integrada

Para fortalecer os sistemas de áreas protegidas da região amazônica, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) coordena o projeto Visión Amazónica que apoia o trabalho da Redparques. Para a FAO, os recursos naturais da Amazônia são cruciais para a segurança alimentar.

Em sintonia com o objetivo de integração e troca de experiências, foi criada a Rede de Comunicadores da Visión Amazónica, composta por profissionais de comunicação de cinco países: Brasil, Colômbia, Peru, Equador e Bolívia. “É importante consolidarmos a rede de comunicadores e que outros países participem. É o caminho para que as ações de comunicação tenham mais visibilidade”, afirma a jornalista do Serviço Nacional de Áreas Protegidas do Peru (Sernanp), Claudia Zevallos.

“Pela primeira vez, desde a abertura desta reunião, todos os comunicadores dos países participantes estão conectados, publicando notícias sobre o evento”, comemora Zevallos. “A rede pode ser imensamente beneficiada se, além dos técnicos dos sistemas de áreas protegidas, os comunicadores dos países membros também trabalharem em conjunto”, avalia a coordenadora de comunicação da Visión Amazónica, Adriana Silva.

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Com informações do MMA, FAO e Sernanp.

João Freire  –  joao.freire@icmbio.gov.br

Comunicação ICMBio

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