Crise Energética – Conclusão da obra do Linhão de Tucuruí é a solução, diz Quartiero

O vice-governador do Estado, Paulo César Quartiero (DEM), afirmou que Roraima está desamparado quanto ao fornecimento de energia elétrica em entrevista realizada ao programa Agenda da Semana, da Radio Folha AM 1020, apresentado por Marcelo Nunes, neste domingo, 25.   

De acordo com o vice-governador, as três “soluções” encontradas pelos governos passados criaram um “drama no fornecimento elétrico estadual”. Ele enfatizou que a crise energética pela que vem passando a Venezuela – atualmente responsável por abastecer o Estado com a energia de Guri -, os entraves que surgiram para o término da obra de ligação do Linhão de Tucuruí e a construção das termoelétricas, que fornecem energia até seis vezes mais cara, não são soluções eficientes e em longo prazo para o Estado. “Nós estamos numa crise energética que se tornou questão de vida ou morte para Roraima”, disse.

Conforme Quartiero, a melhor solução para assegurar o desenvolvimento do Estado, no momento, é o término das obras no Linhão de Tucuruí. Contudo, devido a entraves impostos pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), a obra está parada. O motivo é uma liminar concedia pela Justiça amazonense, a pedido da FUNAI, para que a construção não passe por dentro da Reserva Indígena Waimiri-Atroari.

“A desculpa, como sempre, é essa questão indígena que trava nosso Estado, que não nos deixa desenvolver. Aqui em Roraima, o nosso problema é de gerenciamento e representatividade. Não venham me dizer que é impossível construir porque há dificuldade, porque estava tudo aprovado. Todo mundo a postos para começar a construção e os índios já haviam concordado. Rios foram atravessados, florestas densas foram superadas para chegarem a Manaus e falarem que não há como continuar? Não acredito! O que eles querem é reter o nosso Estado e transformá-lo numa grande maloca vendida para os gringos”, revelou.

De acordo com o vice-governador, a crise no setor elétrico impedirá o desenvolvimento do Estado, desestimulando todos os setores de comércio, desde a agricultura familiar até a indústria. “Se no interior do Estado nós tivemos 54% de aumento na energia elétrica, imagina o que é para um agricultor familiar levar a vida pagando uma energia tão cara quando ele depende da energia para movimentar os motores! Nós não teremos competitividade de mercado em relação ao resto do País. Ninguém vai querer pagar tão caro para instalar uma empresa em um lugar onde a energia é instável e cara. Então, isso vai se refletir, inviabilizando o desenvolvimento da agricultura, indústria e, consequentemente, do Estado”, destacou.

Para Quatiero, os governantes locais precisam se unir e buscar uma solução urgente para a crise energética junto ao Governo Federal. “A nossa esperança era a interligação do Estado ao sistema elétrico brasileiro. Essa seria a solução para acabarmos com a dependência da Venezuela”, comentou.

Caso a energia de Guri seja interrompida totalmente, o custo para o setor elétrico pode ultrapassar o valor de R$ 1 bilhão, segundo Quartiero. E com as termoelétricas ainda em construção, queimando petróleo a R$ 3, esgotando recursos naturais, somente este ano será necessário gastar R$ 445 milhões em energia. “Nem o Estado, nem o Governo Federal têm recursos”, disse.

Em longo prazo, Quartiero disse que a construção de uma hidrelétrica no Estado deveria ser viabilizada. “Nós devemos ser independentes energeticamente e temos condições para isso. Produzindo uma energia limpa e barata, chamaremos investidores. Porque é isso que as pessoas querem: desenvolvimento, mais shoppings, conforto, modernidade. Estamos com saudades de um futuro que continuaremos a não ter se nada for feito”, concluiu.

FONTE: Jornal Folha de Boa Vista – www.folhabv.com.br

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