890 mil filhotes de tartarugas da Amazônia serão soltos no rio Tapajós – O objetivo do projeto é preservar a Amazônia

No próximo sábado (10/01), mais de 800 mil filhotes de tartarugas da Amazônia nascidos no Tabuleiro de Monte Cristo, base de apoio do Ibama em Aveiro/PA, serão soltos no rio Tapajós, como parte das ações do Programa Quelônios da Amazônia (PQA). O evento contará com apoio da comunidade envolvida no processo de preservação dos ninhos no último ciclo de desova em 2014, e presença dos parceiros do projeto, entre eles a Mineração Rio do Norte.

O Programa Quelônios da Amazônia (PQA) foi criado em 1976 e atualmente é executado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama. O tabuleiro de Monte Cristo, localizado no rio Tapajós, é uma das áreas pioneiras na conservação de quelônios, onde a população de tartarugas da Amazônia (Podocnemis expansa) foi reintroduzida em 1978 com 400 fêmeas adultas, que produziram 11.040 filhotes.

A preservação das tartaturgas garante, indiretamente, a proteção de diversas outras espécies, tais como o peixe-boi, botos vermelho e tucuxi, diversas aves migratórias, répteis, anfíbios, e do pescado, recurso natural muito utilizado pelas comunidades ribeirinhas locais para consumo e renda.

A área de abrangência do programa é de cerca de cinco mil hectares, formada por cerca de dez ilhas interligadas por corpos hídricos, tais como igarapés, paranás e pequenas lagoas, no médio Tapajós, município de Aveiro, oeste do estado do Pará. A área tem como limite norte a vila de Brasília Legal e ao sul a comunidade de Barreira, localizada a 45 km do município de Itaituba, 62 km de Aveiro e 210 km de Santarém.

Envolvimento – O trabalho de preservação das tartarugas que culminará com a soltura dos filhotes neste sábado começou meses antes, com o envolvimento da comunidade no processo de educação ambiental. Eles mesmos foram os monitores de praia, em parceria com o Ibama, durante o período de agosto de 2013 a fevereiro de 2014, para a remoção vegetal e de arbustos que pudessem dificultar o acesso das matrizes (fêmeas de tartarugas) durante a desova. Posteriormente, os monitores voltaram às praias para outra limpeza e vigilância das covas contra predadores e depois remoção dos ovos para o berçário, onde eclodiram. Este trabalho de vigilância e envolvimento da comunidade é custeado pela Mineração Rio do Norte e gerido pela Funtec.

Durante o ano de 2014, também foi realizada fiscalização das áreas onde as tartarugas costumam por os ovos. As rondas fluviais eram feitas diariamente em lancha voadeira, por toda a extensão das ilhas que formam o Tabuleiro, nas demais áreas de entorno e nas praias que nascem no rio Tapajós, desde a Vila de Brasília Legal (município de Aveiro) até o porto da empresa Cal Minas (município de Itaituba), com abordagens de pescadores e embarcações que trafegam no perímetro. Nessas ações foram retirados dos boiadouros, por todo o perímetro acima, 155 espinhéis e 202 camurins que eram usados na captura de quelônios, e foram resgatados 97 espécimes de tartarugas, em sua maioria indivíduos juvenis, sexualmente imaturos.

Além da Mineração Rio do Norte, o  PQA conta ainda com parceria do Instituto Chico Mendes de Preservação da Biodiversidade (ICMBio), Gerência Executiva do Ibama de Santarém, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal do Oeste do Pará e Fundação de Tecnologia Florestal e Geoprocessamento (Funtec).

Ana Karol Amorim – Analista de Comunicação – Mineração Rio do Norte – www.mrn.com.br