Interior do Amazonas recebe mobilização para formação de ‘Jovens Cientistas das Águas’

Projeto Peixes da Floresta, patrocinado pela Petrobras, formará jovens difusores de técnicas de manejo sustentável dos peixes da região nas comunidades da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Piagaçu-Purus.  

O Amazonas tem a estimativa da população contabilizada em mais de três milhões de pessoas, conforme dados divulgados, neste ano, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Parte dessa população são ribeirinhos que vivem em um paraíso natural representados nos tons verde da floresta bem como os imensos rios que levam os olhos ao horizonte. 

Uma das principais atividades ribeirinhas é a pesca, passada de geração a geração nas famílias e estimuladas pelos valores tradicionais locais. Para contribuir com essa atividade, o projeto Peixes da Floresta, do Instituto Piagaçu (IPi) lançou mais uma de suas ações com a realização do primeiro módulo do “Jovem Cientista das Águas”, que consiste em uma formação continuada, com o objetivo de viabilizar o acesso a conhecimentos científicos e tradicionais necessários à prática do manejo sustentável de peixes da região. 

O primeiro módulo aconteceu no final do mês de setembro e foi o início de vários encontros de jovens moradores de comunidades da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Piagaçu-Purus (RDS-PP). Essa ação está sendo promovida pelo Projeto Peixes da Floresta com o patrocínio da Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental, além do apoio da Prefeitura de Beruri e suas Secretarias Municipais de Educação e de Meio Ambiente, como também a Secretaria Municipal de Educação de Anori e a Secretaria Estadual de Educação do Amazonas. 

Um dos participantes do evento foi o jovem Greicirley de Souza da comunidade Uixi que teve as expectativas superadas “O curso foi melhor do que eu esperava. A gente aprendeu muita coisa e eu gostei de desenhar” comenta. 

A mobilização pretende formar nesta primeira edição, jovens das comunidades Cuiuanã, Itapuru, Pinheiros, Uixi, Bacuri, Paricatuba e Jerusalém na RDS-PP, para se tornarem difusores de técnicas de manejo sustentável. A formação desses jovens tem como base a metodologia Verde Perto Educação, que vem sendo aplicada com sucesso em diversas Unidades de Conservação pelo Brasil. A metodologia está pautada no tripé: protagonismo juvenil, educação lúdica e transdisciplinaridade. Então, além das aulas teóricas e práticas os jovens participam de oficinas de arte, uma maneira de também trabalhar a linguagem lúdica. 

A coordenadora do Programa de Educação Ambiental do (IPi), Camila Freitas, destaca “O encontro foi muito rico, neste primeiro módulo, contamos com a presença do educador ambiental e biólogo Leonardo Rodrigues, o idealizador da metodologia Verde Perto, também tivemos a presença de um artista plástico, um fotógrafo e uma educadora física para conduzir as atividades lúdicas. Os jovens se mostraram muito participativos e empolgados durante todo o encontro”. 

Outra pessoa que ficou empolgada com a ação foi o Dieibson Miranda Pacheco, subcoordenador do Instituto Beruri de Juventude, cirandista e técnico em Processos de Dados da Prefeitura de Beruri “Eu estou levando muitas descobertas, coisa que é eu imaginava e também outras coisas que eu já fui aprendendo. Esses jovens tem um potencial muito grande, eu sinto que aqui tem muita gente de futuro, capaz de manter a conservação dos lagos, de se tornar líderes das comunidades, de cada vez mais, de fato, acontecer esse protagonismo dentro das comunidades” ressalta. 

A participação foi de aproximadamente 130 jovens ribeirinhos. No início de novembro a equipe do Programa de Educação Ambiental do Instituto Piagaçu fará nova expedição na RDS-PP para realizar atividades intermódulos, que são tarefas repassadas os jovens desenvolverem entre os períodos em que acontecem os módulos. 

O próximo encontro será em dezembro e o engajamento da equipe para o planejamento das atividades teóricas, lúdicas e práticas estão a todo vapor para fazer o envolvimento dos jovens e torná-los cientistas amazônidas.

FONTE : Instituto Piagaçu <assessoria.ipi@gmail.com>

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