Declaração de Lima conclama governos a reconhecer o papel vital da Pan-Amazônia para a regular o clima e garantir a segurança climática para a humanidade

Intitulada ‘Chamado da Pan-Amazônia’, a Declaração de Lima, lançada na capital do Peru na quinta-feira, 07 de agosto, conclama os governos dos países nove países amazônicos que formam o bioma e todos os países do mundo a reconhecer a importância da Pan-Amazônia como oportunidade e solução para fazer frente às mudanças climáticas por sua contribuição para a regulação do clima e por sua imensa diversidade.    

A declaração também chama o governo do Peru a assumir um papel essencial na Conferência das Partes (UNFCCC CoP 20), a ser realizada em dezembro, em Lima, no sentido de posicionar a região como vital para o alcance dos objetivos e metas da Convenção de Clima, evidenciando a necessidade de valorização da Amazônia e a urgência em proteger as suas florestas e rios e os serviços que os seus ecossistemas prestam às sociedades para fazer frente às mudanças climáticas. Para isso é preciso agir de forma integrada para interromper o desmatamento e garantir o funcionamento equilibrado do sistema ecológico.

A declaração é o resultado do 3º Encontro Pan-Amazônico, que reuniu cerca de 200 pessoas, entre representantes governamentais, de organizações não governamentais e de movimentos sociais e indígenas e empresas para discutir o papel da Amazônia e acordar recomendações para atores sociais em vários países.

As recomendações do encontro serão entregues ao ministro do Meio Ambiente do Peru e presidente da CoP 20, Manuel Pulgar-Vildal nos próximos dias e depois difundida e endereçada a atores importantes, como a França, sede da CoP-21 de Clima, bancos, empresas, Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), entre outros. Ao mesmo tempo, o ‘Chamado da Pan-Amazônia’ traça uma rota para as organizações envolvidas atuarem e difundirem a importância da Amazônia em outros eventos, como a Cúpula dos Povos Frente às Mudanças Climáticas.

Realizado em Lima, Peru, esta semana, o 3º Encontro Pan-Amazônico apresentou o estudo ‘O Futuro Climático da Amazônia’, elaborado pelo cientista Antonio Donato Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA), que explicou o papel fundamental da região para estabilizar o clima regional e global, manter o ar úmido da América do Sul e exportar rios aéreos de vapor que no verão transportam matéria prima para as chuvas que irrigam a região e produzem um terço das chuvas que alimentam a terra. As florestas geram 20% do oxigênio do planeta e armazenam entre 90 e 140 milhões de toneladas métricas de carbono, cumprindo um papel vital na luta contra o câmbio climático.

“Estamos pensando e atuando para defender o futuro da humanidade, fazendo algo pela região mais importante e pela vida dos que estão aqui no planeta hoje e os que ainda virão. Mas precisamos trabalhar mais e melhor com os outros setores e fazer com que essa discussão sobre a responsabilidade que temos pela Amazônia seja ampliada”, comentou Claudio Maretti, líder da Iniciativa Amazônia Viva da Rede WWF.

Organizado pela Articulação Regional Amazônica (ARA), e co-promovido pelo Ministério do Meio Ambiente do Peru (MINAM) e por organizações como WWF e Aliança Clima e Desenvolvimento (CDKN), o 3o Encontro Pan-Amazônico representou um espaço de diálogo para discutir e definir uma agenda prioritária e uma linha de trabalho colaborativo com vistas à CoP20.

A Pan-Amazônia se estende por cerca de 6.7 milhões de km2, alcançado partes de nove países – Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa/França. Aproximadamente 33 milhões de pessoas e 350 grupos indígenas vivem na Amazônia, 60 dos quais em isolamento voluntário. É na Amazônia que se encontram mais de 40% das florestas tropicais úmidas remanescentes no planeta e pelo menos 10% da biodiversidade conhecida.

Sobre a Iniciativa Amazônia Viva:

A Iniciativa Amazônia Viva lidera os esforços da Rede WWF para garantir uma Amazônia ecologicamente saudável e que mantenha sua contribuição ambiental e cultural às populações locais, aos países da região e ao mundo, por meio da manutenção dos processos e dos serviços ecológicos, em um sistema que propicie o desenvolvimento econômico inclusivo, com equidade social e responsabilidade global.

Sobre a Rede WWF:

A Rede WWF é uma das maiores e mais respeitadas organizações ambientalistas independentes do mundo. O WWF tem o apoio de quase 5 milhões de pessoas e dispõe de uma rede mundial que atua em mais de 100 países. A missão da Rede WWF é interromper a degradação do meio ambiente e construir um futuro no qual os seres humanos vivam em harmonia com a natureza.

Fonte: WWF Brasil

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