Instituto Mamirauá monitora onça rara na Amazônia

O Instituto Mamirauá está monitorando um tipo raro de onça na Amazônia: a onça-preta. O monitoramento vem sendo possível desde outubro, quando o espécime foi capturado em uma das trilhas de pesquisa da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.

Pesquisadores instalaram uma coleira de rádio GPS no animal e sua posição é conhecida a cada dois dias. Das 15 onças-pintadas capturadas desde o início da pesquisa em 2008, apenas uma era preta.

A onça-preta capturada foi o primeiro animal que teve o colar GPS instalado nesta campanha. As atividades serão retomadas em fevereiro, quando se pretende instalar mais quatro colares.

“Apesar de serem frequentemente confundidas como uma espécie distinta da onça-pintada (Panthera onca), as onças-pretas são, na verdade, indivíduos melânicos de onça-pintada que desenvolvem esta característica por causa de uma mutação”, disse o pesquisador Emiliano Esterci Ramalho, responsável pelo projeto que estuda a ecologia da onça-pintada nas florestas inundáveis de várzea da Amazônia.

O principal objetivo do estudo é entender como as onças-pintadas se comportam e usam o habitat da região quando o nível da água sobe e alaga esse tipo de floresta.

Para capturar as onças-pintadas, trinta armadilhas de laço foram utilizadas, espalhadas em seis trilhas identificadas como locais de passagem de onças. Durante a campanha, a equipe percorria diariamente as trilhas para verificar as armadilhas e se algum animal havia sido capturado.

Ao mesmo tempo, a equipe avaliava os vestígios da presença de onças-pintadas na área, para aproximar as armadilhas dos locais onde as onças estavam andando durante a campanha.

Segundo Emiliano, a onça-preta capturada era um macho de 55 quilos, mas, dias antes, uma fêmea havia sido fotografada pelas armadilhas fotográficas na mesma trilha.

“O espécime capturado tinha boa condição corporal, dentes brancos e pouco gastos (indicação de que é ainda um animal adulto jovem). Amostras de sangue foram coletadas para avaliar a presença ou não de patógenos, além de outros exames complementares como hemograma e perfil bioquímico para estabelecer o estado de saúde do indivíduo capturado”, afirmou a veterinária Louise Maranhão.

*Com informações da assessoria de imprensa do Instituto Mamirauá

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