Presidente da Funai participa da 19ª Assembléia Geral da Associação Terra Indígena Xingu – ATIX

O objetivo da visita da presidente da Funai Maria Augusta Assirati à Terra Indígena do Xingu era um só, ouvir as demandas dos representantes dos 16 povos do Xingu, Trumai, Kamaiura, Wara, Yawalapiti, Kalapalu, Nafukua, Matipu, Mehinaku, Aweti, Kuikuro, Noruvutu, Kaiabi, Suya, Ikpeng, Tapaiuna e Yudja. E isso foi feito durante todo o dia 5 de dezembro.

Foram horas de diálogo entre a presidente, servidores da Sede, da Coordenação Regional  e das Coordenações Técnicas Locais com os indígenas. Na pauta da reunião, esclarecimentos sobre contrato Redd- Carbono, Projetos Turismo, reconhecimento da CTL de Sinope, convênio Casa do Mel, plano de gestão e BR 242.

Ao abrir a mesa Maria Augusta, falou da satisfação que sentia naquele momento em que estava reunida com os indígenas do Xingu, “a vinda às terras indígenas, nos traz a dimensão real do que está acontecendo”.

O parque do Xingu foi criado em 1961 com a luta dos caciques tradicionais e hoje os líderes que estão lá tentam assegurar a luta dos povos indígenas. Durante o encontro os indígenas lembraram que há mais de dez anos não recebiam a visita de um presidente da Funai e agradeceram a presença da presidente Maria Augusta.

Para Jakalo do Alto Xingu, este é um momento de fortalecer a união, “ durante muito tempo a ATIX trabalhou junto com a Funai, hoje estamos aqui para trabalharmos juntos novamente, para que a nossa organização fique cada vez mais forte”. Jakalo falou que hoje a ATIX só tem o apoio de uma organização, o Instituto Sócio Ambiental – ISA.

Segundo o presidente da ATIX, Witi, o povo do Xingu está com problemas de rio, de mata, para ele todas as mudanças que estão acontecendo com o clima, é culpa dos brancos, “vocês homens brancos também estão preocupados com isso, mas são vocês próprios homens brancos que estão provocando isso”. Witi falou que o desmatamento das florestas tem provocado muitas mudanças, a chuva forte, os ventos fortes e o sol escaldante acontecem porque  o campo está deserto, “não tem mais sombra para esfriar a terra”, falou ele.

Ao final do encontro o jovem indígena Pi-Yu Kamalla leu a carta que deverá ser encaminhada a presidente Dilma Rousseff, nela o jovem cita as leis que foram criadas para defender os direitos iguais, direitos humanos e que vigora na Constituição Federal (leia íntegra da carta).

Pi-Yu falou do progresso, lembrou que os indígenas não são contra o desenvolvimento, mas sim contra a forma como está sendo feito pelo homem, que segundo ele tem violado os direitos humanos, “sem dar importância a natureza, aos indígenas e ao meio ambiente”.

Depois de ouvir todos os questionamentos e as demandas das lideranças do Xingu, Maria Augusta, respondeu uma a uma as questões colocadas  e atualizou à todos com informações do momento atual da Funai. A presidente ainda se reuniu com os coordenadores da CR e CTL’s ao final da noite e dormiu na reserva indígena, ao amanhecer pegou o vôo de volta a Cuiabá e Brasília.

Na mala a carta para ser encaminhada a presidente da República e o desejo de poder ver todas as demandas atendidas em um curto espaço de tempo.

FONTE  :  FUNAI

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