Líderes nativos tildaron de “anti indígena” a presidenta Dilma Rousseff en reunión oficial

Duras críticas recibió la presidenta de Brasil, Dilma Rousseff, por parte de delegados indígenas de 121 pueblos de Brasil quienes la tildaron de “anti indígena” durante una audiencia anual llevada a cabo el pasado viernes en la Fiscalía General, Brasilia. 

En el evento, los delegados indígenas leyeron un pronunciamiento donde acusan a Rousseff de ser aliada del sector agropecuario, con el que los indígenas tienen conflictos de tierras.

“Dilma -Rousseff- es aliada de quien nos mata, roba nuestras tierras, nos falta al respeto”, señalaron.

Los nativos acusaron a la presidenta de haber dado medidas para beneficiar a latifundistas y empresas mineras, hidroeléctricas  y constructoras y de no haber demarcado las tierras indígenas “ancestrales”.

Asimismo, afirmaron  que se ha negado, desde que asumió la presidencia, a entablar un diálogo directo con el movimiento indígena.

Sin embargo, reconocieron que la Presidencia propuso al Ministro de Justicia, José Eduardo Cardozo y al Ministro de la Secretaría General de la Presidencia de Brasil, Gilberto Carvalho, como interlocutores para atender sus demandas.

A pesar del ofrecimiento, los indígenas reafirmaron su decisión de hablar directamente con Rousseff. “¡No, no queremos hablar con quien no soluciona nada!, Hace dos años, entregamos, nosotros los pueblos indígenas (…) una lista de demandas a estos ministros y nada ha sido enviado”, indica el pronunciamiento.

En el manifiesto, los nativos también expresaron su preocupación por que se apruebe en el Congreso la Propuesta de Enmienda a la Constitución (PEC) 215 que transfiere del Poder Ejecutivo al Congreso la facultad de demarcación, homologación y titulación  de tierras indígenas.

De igual modo, temen al proyecto de ley en 1610 de 1996 que posibilita la exploración minera en territorios  indígenas con la autorización del Congreso y con pago de regalías a los indígenas y a la Fundación Nacional del Indio (FUNAI).

El martes pasado, cerca de 300 indígenas tomaron las instalaciones de la Cámara de Diputados de Brasil, logrando postergar la instalación de la comisión que debatiría la PEC 215.

El jueves,  en una protesta  pacífica, los indígenas rodearon  la sede presidencial de Planalto, en Brasilia, cuando la presidenta se encontraba en Perú participando en  una reunión de presidentes de la región.

Lea el pronunciamiento original:

Nota pública das lideranças presentes no abril indígena em repúdio a presidente da Dilma Rousseff.

Desde assumiu a presidência, em 2011, Dilma Rousseff tem se negado a dialogar com o movimento indígena. Durante esta semana, em mobilizações legítimas de nossos povos reunidos no Abril Indígena – em 2013, fomos recebidos pelos presidentes da Câmara dos Deputados (Legislativo) e do STF (Judiciário). A presidente Dilma se negou a falar conosco ou marcar uma audiência para os próximos dias. Por quê?

Nesta quinta-feira, 18 de abril, estivemos no Palácio do Planalto. Protestamos porque nossos parentes estão sendo assassinados, porque nossas terras não são demarcadas. Pedimos uma audiência com Dilma, mas o máximo que nos ofereceram foi uma conversa com o ministro Gilberto Carvalho e um encontro com os demais ministros nesta sexta-feira, 19 de abril, Dia do Índio, para o governo ter a foto para as suas propagandas de que é preocupado com as questões dos índios.

Não, não queremos mais falar com quem não resolve nada! Há dois anos, entregamos, nós povos indígenas, durante o Acampamento Terra Livre 2011, uma pauta de reivindicações para esses ministros e nada foi encaminhado. De lá para cá, perdemos as contas de quantas vezes em que Dilma esteve com latifundiários, empreiteiras, mineradores, a turma das hidrelétricas. Fez portarias e decretos para beneficiá-los e quase não demarcou e homologou terras tradicionais nossas. Deixou a base no Congresso Nacional entregar comissões importantes para os ruralistas e seus aliados.

A gente não negociou nada durante os protestos no Palácio do Planalto.  Queríamos dizer o que nos angustia e preocupa: queríamos dizer isso para a presidente Dilma (que) está aliada de quem nos mata, rouba nossas terras, nos desrespeita e pouco se importa para o que diz a Constituição. Quando Dilma não diz nada diante de tudo o que vem acontecendo – mortes, PEC 215, PL 1610 – e ainda baixa o decreto 7957/2013 e permite a AGU fazer a portaria 303, Dilma mostra de que lado está e sua expressão anti-indígena.

Luziânia, Goiás, 19 de abril de 2013.

Povos Indígenas reunidos no Abril Indígena – 2013

VER MAIS EM : http://servindi.org/actualidad/86147

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *