
O canal de televisão, Channel 7, da Austrália, foi declarado culpado pelo regulador da imprensa por sérias violações do código de comunicação, após ter exibido uma emissão tão extrema, que foi classificada como um ‘Show de Horrores na TV’ pela Survival International.
O programa classificou a tribo brasileira dos Suruwaha como assassinos de crianças; relíquias da ‘Idade da Pedra’; e ‘alguns dos piores violadores dos direitos humanos no mundo’.
A Survival reclamou ao regulador australiano ACMA, depois que o Channel 7 recusou-se a publicar uma correção à emissão, que foi ao ar no programa Sunday Night.
Em um julgamento histórico, a ACMA declarou que o Channel 7 é culpado pela quebra da sua cláusula de racismo – ‘provocar um intenso desgosto, sério desprezo ou severo ridículo de uma pessoa ou um grupo’. Acredita-se que isto é a primeira vez em que uma emissora foi declarada culpada por esta ofensa séria sob o código de televisão de 2010. A ACMA também declarou que o Channel 7 é culpado por emitir material impreciso.
O diretor da Survival International, Stephen Corry, disse hoje, ‘Essa foi uma das piores matérias sobre povos indígenas contemporâneos que já vimos. Fantasiaram-nos como monstros cruéis e inumanos, no mesmo desprezo colonialista do século XIX que os considerava como ‘selvagens primitivos’.
‘O que piora ainda mais essa situação, é que os Suruwaha têm sido atacados por missionários fundamentalistas há anos; eles estão liderando uma campanha que os calunia como assassinos de crianças. Os missionários estão por trás de um projeto de lei que os permitiria remover crianças indígenas de suas comunidades, algo com ecos horripilantes do escândalo das Gerações Roubadas.
O Channel 7 está buscando uma revisão judicial na Corte Federal da Austrália.
VER NOTÍCIA COMPLETA EM : http://www.survivalinternational.org/ultimas-noticias/8689
NOTA DA ECOAMAZÕNIA – Os Suruwaha, também conhecidos como Suruwahá ou Zuruahã, habitam a região do médio Rio Purus, no Amazonas. Foram localizados por missionários da Prelazia de Lábrea/AM, na década de 1970.