Ministra do Meio Ambiente: Código Florestal foi ‘dissecado’ durante três semanas

Em entrevista a Jô Soares, nesta segunda-feira (30), a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que a presidente Dilma Rousseff e os outros ministros envolvidos na questão do Código Florestal ficaram por três semanas fazendo uma análise minuciosa do texto, para então propor a medida provisória que complementa o projeto aprovado pelo Congresso.

“Olha, Jô, eu preferia fazer outra banca de doutorado. A presidenta trancou os ministros três semanas. Foram, diariamente, três semanas dissecando o texto do Senado”, contou a ministra. Para todos os números mencionados no texto, Dilma pedia embasamento científico, disse Izabella. “Chamava o pessoal aqui da Esalq (da USP), da Unicamp, que fazia seminários com os ministros”, explicou.

Esse trabalho de análise embasou a formulação da MP. A ministra se disse confiante em relação à tramitação da medida no Congresso e afirmou que a posição do governo é de que seja mantida como foi proposta.

Em rápida entrevista depois da gravação do programa, que vai ao ar na madrugada desta terça (31), após o Jornal da Globo, a ministra defendeu a importância dos resultados da Rio+20, criticados por ambientalistas como sendo pouco ambiciosos.

“A conferência é resultado da ambição do coletivo. E a ambição do coletivo, de 193 países, definiu aquele patamar”, disse. “Quando o documento chegou aqui, o documento estava menos de 40% fechado”, observou, ao destacar a importância da liderança do Brasil para que houvesse um texto final aprovado. Segundo a ministra, a conferência de desenvolvimento sustentável da ONU realizada em junho, no Rio de Janeiro, conseguiu aprovar uma agenda importante que irá convergir com as negociações sobre mudanças climáticas e biodiversidade. “Temos seis ou sete assuntos pautados com agenda até 2015”, disse.

Izabella Teixeira adiantou que a próxima divulgação dos dados mensais de desmatamento da Amazônia, que deve ocorrer nesta quinta-feira (2) será positiva, com nova queda. A Jô Soares, ela disse esperar que o ano feche com baixa recorde na devastação da maior floresta tropical do mundo.

Ainda durante a entrevista com Jô, a ministra garantiu que separa o lixo de sua casa para reciclagem.

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