Os recursos do petróleo devem ser um trampolim para a sustentabilidade. Essa é a visão da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que participou nesta segunda-feira do debate sobre geração de energia dentro da programação de “Diálogos para Sustentabilidade”, uma iniciativa do governo brasileiro para incluir a sociedade nas decisões da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
“Apesar de o Brasil ser líder na produção de energias renováveis, biocombustível, não pode abrir mão da fóssil e precisamos usar o petróleo para que esses recursos cubram políticas sociais e investimentos em renováveis. A transição deverá usar o petróleo para obter o resto. Não devemos negar a energia fóssil, mas sim usá-la para obter a sustentabilidade”, disse Jandira Feghali.
Segundo a deputada, essa transição já está ocorrendo, pois os recursos do petróleo têm sido usados para desenvolver tecnologias que deram ao Brasil a liderança em biocombustíveis. Agora, de acordo com ela, o Brasil precisa continuar apostando nesse caminho e buscando ampliar o acesso da população à energia limpa.
Transferência de tecnologia
O deputado Fernando Ferro (PT-PE) concorda que não basta haver uma matriz energética limpa, pois é preciso também ampliar o acesso a ela. Ele defendeu a transferência de tecnologia para países em desenvolvimento da África e da América Latina: “O Brasil tem um grande capacidade de geração de energia hidrelétrica, mas na área de energia solar precisamos desenvolver tecnologia. Os pobres têm necessidade de ter acesso a essas tecnologias e precisa haver investimento dos estados [ricos] nesses países para que fiquem menos dependentes de combustíveis fosseis.”
A partir desta terça-feira (19), começa na Rio+20 uma série de eventos que têm a produção de energia sustentável como foco. A iniciativa é do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que definiu três metas para o debate: garantir acesso universal a serviços energéticos modernos; dobrar o índice global de melhoria em eficiência energética; e dobrar a participação da energia renovável no mix global de uso de energia. O objetivo é alcançar essas metas até 2030.
Confira a participação da Câmara na Rio+20, que vai até a próxima semana no Rio de Janeiro.
FONTE : ‘Agência Câmara de Notícias‘