Ambientalista deixa claro que não é contra ferrovia, mas que o projeto de ligar o Mato Grosso ao Pará cortando a floresta desconsidera riscos ambientais
MANAUS (AM) – Em 2020, o Ministério Público Federal classificou as ações do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em relação ao “Lote C”, também conhecido como “Lote Charlie” da rodovia BR-319, como “má-fé” e uma “afronta ao Judiciário”, devido ao órgão pautar a pavimentação do trecho mesmo depois de uma decisão judicial, na qual não cabia mais recurso, estabelecendo a necessidade de consulta dos povos afetados e de estudos ambientais.
O Monitor de Secas, programa de monitoramento de secas coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), a partir de dezembro deste ano passa a trazer dados de Roraima (RR). O primeiro mapa de secas do estado, elaborado em parceria com a Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Roraima (FEMARH/RR), foi divulgado neste mês e apresentou uma condição de seca grave (S2) no nordeste e centro do estado, enquanto as demais áreas aparecem com seca moderada (S1).
Em setembro deste ano, foi detectada uma mortandade de botos-vermelhos e tucuxis sem precedentes no Lago Tefé, município de Tefé, Amazonas. Desde então, mais de 150 animais mortos foram registrados na região, sendo que apenas no dia 28/09 foram contabilizados 70 indivíduos mortos. Esta situação gerou um alerta, visto que nunca havia sido registrado um evento de mortandade de golfinhos de rio dessa proporção, levando à instauração de uma operação para lidar com a emergência ambiental comandada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com apoio técnico do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e parceria de diversas outras instituições.
O 58º Boletim de Alerta Hidrológico da região, divulgado nesta sexta-feira (22), pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), indica processo de subida consistente nas estações monitoradas
Este é um momento crítico com relação à obra mais danosa da Amazônia. Na segunda-feira, 18 de dezembro, entrou na pauta do plenário da Câmara dos Deputados, em regime de urgência, o PL 4994/2023 [1, 2].
De agosto de 2021 a julho de 2022, o Amazonas teve 50.448 hectares de floresta explorados, valor 336,85% maior do que foi registrado no ciclo de análise anterior (2020 – 2021), quando a exploração mapeada no estado foi de 14.976 ha. Deste total, 46.145 ha, 91%, foi autorizado via licença de operação e apenas 4.303 ha, 9%, ocorreram de forma não autorizada, o que representa uma redução expressiva, pois na análise anterior, a exploração madeireira não autorizada representava 86% de toda a extração madeireira identificada no estado do Amazonas. As informações são do Sistema de Monitoramento da Exploração Madeireira (Simex), formado pela rede de instituições de pesquisa ambiental integrada por Imazon, Idesam, Imaflora e ICV.