Cemaden alerta para os impactos provocados pela seca no Acre e o recorde do baixo nível dos rios

O Relatório do Cemaden sobre o panorama hídrico do estado, publicado ontem,  aponta que, nas próximas semanas, o risco de estiagem tende a se agravar, com a expectativa de diminuição do nível do rio Acre.  A cota prevista do rio configura em novo recorde histórico de baixos níveis hidrométricos para os meses de agosto e de setembro deste ano, ficando, muito provavelmente, abaixo do nível já registrado em 2005.

O Relatório da Seca e Impactos no Acre aponta que a precipitação registrada nos últimos 90 dias mostra um quadro de déficit hídrico, com anomalias negativas de entre 50 e 250 mm, praticamente, em todo o estado do Acre e na maior parte da Amazônia, com alguns locais atingindo até 400 mm de déficit pluviométrico. O grande déficit pluviométrico pode estar parcialmente explicado pela presença do fenômeno do “El Niño”, de forte intensidade, que se iniciou no outono de 2015  e encerrou apenas no outono de 2016, afetando a estação chuvosa do norte do Brasil.

Com chuvas deficientes desde meados de março, climatologicamente, o trimestre Junho-Agosto configura o período mais seco do ano no estado do Acre. As chuvas ocasionais que podem ocorrer, nesse período, não serão suficientes para a recuperação do nível dos rios da região até setembro, mês que normalmente marca o início da estação chuvosa.

Essas projeções estão no segundo Relatório de Seca e Impactos do Acre, elaborado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), com as informações disponibilizadas no site da instituição.

“O panorama crítico dos próximos dias aponta o risco de agravamento da estiagem, configurando um novo recorde histórico do baixo nível dos rios para os meses de agosto e setembro de 2016.”, destaca o coordenador-geral de Operações e Modelagens do Cemaden, o meteorologista Marcelo Seluchi.  Esse ponto crítico de seca e baixo nível dos rios na região havia ocorrido em 2005, embora a seca atual corresponde a um período de retorno de 28 anos.

Impactos da seca no Acre

A seca atingirá a vegetação na maior parte dos municípios localizados a oeste do Acre, assim como um número de detecções de focos de calor maior que o máximo já registrado entre 1998 e 2016. As previsões meteorológicas indicam baixa probabilidade de ocorrência de chuvas significativas no Estado nas próximas duas semanas.

O trimestre Julho-Agosto-Setembro (JAS) deve marcar a transição para um episódio de “La Niña”, provavelmente com fraca intensidade. A previsão climática sazonal para o trimestre Agosto-Outubro/2016, elaborada pelo MCTIC, apresenta elevada incerteza.

Sem previsão de melhoria, persiste o estado de alerta de baixa disponibilidade hídrica e consequentes impactos socioambientais, como problemas de abastecimento de água para consumo, redução da produtividade agrícola ou pastoril, dificuldade de transporte através de hidrovias e proliferação de incêndios florestais, entre outros.

FONTE:  CEMADEN

http://www.cemaden.gov.br/cemaden-alerta-para-os-impactos-provocados-pela-seca-no-acre-e-o-recorde-do-baixo-nivel-dos-rios/

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