Operação destrói garimpo clandestino no Amazonas e aplica R$ 6 milhões em multas

Foi definido nesta quarta-feira (23) o valor da multa aplicada pelo Ibama a proprietário de área em que funcionavam dois garimpos clandestinos no Amazonas: R$ 6,2 milhões. Nos dias 17 e 18 deste mês, a operação Filão do Abacaxis desarticulou uma organização criminosa que fazia lavagem de dinheiro. Foram encontradas 50 pessoas em condições de trabalho análogo ao de escravo. A ação conjunta do Ibama com Polícia Federal e Exército Brasileiro destruiu o maquinário, avaliado em R$ 2 milhões.                 

Em uma das explorações foram encontrados vestígios de uso de cianeto, composto químico altamente tóxico. De acordo com o perito da Polícia Federal, Ricardo Lívio, ouro grosso é separado por gravidade, com uso de centrífugas; ouro fino necessita de mercúrio; e ouro mais fino, de cianeto. No terreno explorado havia ouro muito fino.

A analista ambiental Tatiane Leite, que coordenou a equipe do Ibama na ação, se mostrou preocupada com o uso do cianeto, tendo em vista a proximidade com a Unidade de Conservação Floresta Nacional do Pau Rosa, cuja área total é de 827.000 hectares. Peritos da Polícia Federal farão análise de contaminação do solo.

Para chegar ao garimpo, saindo de Manaus, é necessário viajar oito dias pelo rio Abacaxis, mais  quatro dias pelo rio Urupadi e, por fim, percorrer 35 quilômetros de estrada de chão. De acordo com Tatiane, para retirar o maquinário do local seriam necessários de quatro a cinco meses, a partir do começo das chuvas, que se iniciam em outubro. Apenas em fevereiro seria possível navegar nesses rios carregando máquinas tão pesadas. “Atualmente o rio está muito baixo, portanto não havia nenhuma possibilidade de retirada desse material de lá.”

O Exército utilizou 100 quilos de explosivos para destruir o garimpo, maquinário e duas pistas de pouso. A legislação vigente determina que os instrumentos utilizados na prática de infração ambiental poderão ser destruídos quando a medida for necessária pra evitar o seu uso, sobretudo quando o transporte e a guarda forem inviáveis.

Um dos garimpos já havia sido alvo do Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (IPAAM), em julho de 2014. Na oportunidade, o instituto notificou e autuou o dono da área. “O garimpo continuou a infringir a lei justamente porque tinha todo o maquinário, toda a logística disponível.”, avaliou Tatiane Leite.

A estrutura utilizada era completa. Contava com alojamento, laboratório, oficina e serraria móvel.  A organização criminosa movimentou cerca de R$ 27 milhões, desde o início da exploração, em 2012.

Luciano Evaristo, titular da Diretoria de Proteção Ambiental, afirma que o Ibama junto com seus parceiros continuará implacável no combate a esses crimes que tanto degradam a natureza.

 

 

Badaró Ferrari
Assessoria de Comunicação do Ibama
Fotos: Tatiane Leite

 

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