SFB – Bancos conhecem manejo florestal sustentável na Amazônia

Especialistas de três, dentre os principais bancos do país – Banco do Brasil, Caixa e Banco da Amazônia (Basa) – conheceram em campo como é realizada a extração sustentável de madeira nativa da Amazônia durante um curso de cinco dias realizado no Centro de Treinamento Roberto Bauch, do Instituto Floresta Tropical, no município de Paragominas (PA), promovido pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB).

Por meio de aulas em sala de aula e diretamente na floresta, foram mostradas as principais etapas que envolvem o manejo florestal, como o planejamento das atividades operacionais, a identificação botânica das espécies comerciais para futuro corte, os procedimentos para a extração segura da árvore, a abertura de ramais para chegar à tora, seu arraste até o pátio de armazenamento, além dos tratamentos realizados na floresta pós-colheita e extração de produtos não madeireiros, como o óleo de copaíba.

Para o coordenador da Gerência de Análise de Projetos do Basa, Charles dos Santos, foi uma oportunidade de ver os aspectos técnicos do manejo. “A percepção in loco do manejo é de extrema importância para o Banco, porque uma de suas políticas é a do desenvolvimento sustentável. O Basa trabalha com o apoio à cadeia produtiva da exploração madeireira, desde a extração até a sua comercialização”, afirma.

Segundo Santos, o curso mostrou que pode ser importante pensar em uma forma de atender à demanda por financiamento nas etapas iniciais do empreendimento florestal – quando apenas o Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) está aprovado –, e há um alto volume de investimentos para a atividade. Só um trator de skidder, por exemplo, custa cerca de R$ 700 mil. “A demanda existe, principalmente para o manejo comunitário, que é menos favorecido com relação financeira, diferente de grandes empresas”, diz.

Hoje, os financiamentos são realizados só depois que o empreendimento florestal já teve seu plano operativo aprovado e já recebeu a Autorização de Exploração (Autex), documentos obtidos posteriormente ao PMFS, pois os bancos consideram que já existe a garantia de que o projeto será colocado em operação e que a instituição terá o retorno do recurso.

Expansão
Para o assessor da Diretoria de Agronegócios do Banco do Brasil, Álvaro Santamaria, há espaço para ampliar o crédito para atividades florestais sustentáveis como o manejo, “mas é indispensável que sejam apresentados bons projetos que atendam todas as exigências legais e ambientais”.

Financiar o manejo florestal pode ser um bom negócio, na visão do assessor, tanto para o proprietário da área, quanto para a sustentabilidade, bem como para o Banco que selecionar e financiar os projetos corretos. “Para o Banco do Brasil, o maior agente financeiro do agronegócio no país, o financiamento do manejo florestal sustentável está plenamente alinhado aos seus valores de compromisso com o desenvolvimento sustentável e responsabilidade socioambiental”, diz.

Pequenos
Segundo o assistente-executivo da Caixa, no Fundo Socioambiental, Aurélio Cruz, a capacitação ajudou a conhecer melhor o potencial de atividades sustentáveis na Amazônia para eventuais aplicações do Fundo nesse bioma.

“O Fundo Socioambiental destina recursos a fundo perdido, por isso, nós procuramos fazer uma seleção bem adequada. Precisamos conhecer um pouco mais o espaço da floresta amazônica, seus problemas, seus potenciais e onde talvez já existam politicas públicas, onde carece de alguma atenção e ver onde o Fundo pode se encaixar melhor”, afirma.

Com o aporte de recursos anuais de até 2% do lucro líquido da Caixa, o Fundo Socioambiental já atua no Cerrado, onde apoia projetos nas áreas de extrativismo vegetal sustentável e ecoturismo, e na Caatinga, no manejo florestal comunitário e na eficiência energética para a sustentabilidade na produção de insumos da construção civil, este, em parceria com o Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA/MMA) e SFB.

O curso realizado no Pará ocorreu dos dias 26 a 30 de novembro, e contou, além dos integrantes dos bancos, com técnicos do SFB e do Ministério do Meio Ambiente.

FONTE   :  Serviço Florestal Brasileiro  /  Assessoria de Comunicação

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