Vegetação rara da Amazônia é destruída no Pará

A exploração de areia está destruindo parte da vegetação de Campina e Campinarana, tipos raros com ocorrência no município de Acará. A constatação foi feita por Expedição do Museu Paraense Emilio Goeldi. De acordo com a assessoria do Museu , recentemente uma expedição coordenada pelo ecólogo Leandro V. Ferreira, constatou a destruição de parte da vegetação desses locais, localizados na Alça Viária no município de Acará.

Vegetação de Campina no Pará

Essas vegetações têm diversas espécies raras e endêmicas, sendo comum a ocorrência de bromélias, orquídeas e liquens no solo e nos troncos de árvores e arvoretas.

O processo de exploração de areia usado na construção civil nas cidades da Grande Belém é, na opinião dos pesquisadores do Museu Goeldi, responsável pela destruição desses importantes e raros tipos de vegetação da Amazônia.  Os termos Campina e Campinarana  são aplicados aos tipos de vegetação que se desenvolvem sobre solos arenosos extremamente pobres (oligotróficos). Esses tipos de vegetação são bastante raros, sendo caracterizados por pequenas manchas distribuídas na Amazônia brasileira.

Área da Campina do Acará, após a retirada da areia.

A campina é caracterizada pelo pequeno porte da vegetação, sem a formação de um dossel continuo normalmente formada por pequenos fragmentos de vegetação rodeados por areia branca. Já a campinarana é um tipo de vegetação com porte arbóreo, formando um dossel continuo sendo o sub-bosque caracterizado pela presença de bromélias.

Segundo pesquisadores do Goeldi, a distribuição não contínua desses tipos de vegetação na Amazônia é uma grande oportunidade para o desenvolvimento de estudos de biogeografia e distribuição de espécies da flora e fauna. Contudo, a expedição do Museu Goeldi constatou que a área da Campina do Acará está sendo destruída pela exploração de areia usada para a construção civil.

O estado do Amazonas protege, através de leis estaduais, esses tipos de vegetação,que também ocorrem próximos à cidade de Manaus.

Os pesquisadores do Museu Goeldi dizem ainda que caso precisa receber a devida atenção das autoridades ambientais e do Ministério Público do Estado do Pará, para que os poucos fragmentos ainda intactos sejam preservados e usados para a pesquisa cientifica e educação ambiental e não transformados em áreas degradadas sem chance de recuperação.

Fonte: Portal Amazônia

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